China nos holofotes em semana com poucos dados relevantes no Brasil e nos EUA

Dados do mercado asiático despertam atenção dos analistas

Crédito: Agência Gov.BR

As duas maiores economias da Ásia ganham protagonismo nesta final de 2024. Se o Japão voltou ao radar dos investidores este ano após retomada de alta da taxa de juros em décadas, que provocou um tsunami de volatilidade nos mercados globais, a expectativa em relação à reação do governo chinês em relação ao enfraquecimento da economia coloca a segunda maior economia do mundo como um epicentro de expectativa para destravar, neste quarto trimestre, gatilhos para o posicionamento em mercados de commodities e em moedas de países emergentes exportadores de commodities, como o Brasil.

Para o analista da plataforma Investing.com, Leandro Manzoni, a semana reserva uma bateria de dados na China. Os investidores também estarão atentos à divulgação dos indicadores de inflação do Reino Unido e da Zona do Euro, além da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deve continuar a flexibilidade monetária para impulsionar a enfraquecida economia europeia, especialmente da Alemanha, que flerta com a recessão.

Os investidores também estarão atentos à divulgação dos indicadores de inflação do Reino Unido e da Zona do Euro, além da decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que deve continuar a flexibilidade monetária para impulsionar a enfraquecida economia europeia, especialmente da Alemanha, que flerta com a recessão.

DADOS ASIÁTICOS

Os principais eventos econômicos de China, Japão, EUA e Brasil estão listados abaixo. China A semana entre 14 e 18 de outubro começa, na verdade, no sábado 12 de outubro, Dia das Crianças e Feriado de Nossa Senhora Aparecida no Brasil. Mesmo com mercados fechados, o ministro das Finanças da China, Lan Fo’an, vai conceder entrevista coletiva às 10h00 (de Beijing, 23h00 de sexta-feira no horário de Brasília). A expectativa do mercado é o anúncio de estímulos fiscais robustos para reaquecer a economia da China, especialmente o setor imobiliário, ante um cenário de crise de confiança e demanda enfraquecida em meio à queda robusta do preço dos imóveis.

Na quinta-feira à noite (de Brasília), os dados de atividades da China serão conhecidos e vão testar se as eventuais medidas anunciadas neste sábado são suficientes ou não. A expectativa é de um maior enfraquecimento da economia da China no terceiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado, de uma expansão de 4,7% registrada entre abril e junho para 4,6% entre julho e setembro.

Embora as projeções sejam de aceleração do crescimento nas vendas no varejo (de 2,1% para 2,4%) e da produção industrial (de 4,5% para 4,6%). No mesmo dia, haverá um termômetro do setor imobiliários com dados dos preços dos imóveis, que registram queda desde agosto do ano passado. Japão Há dois eventos econômicos a ficar atento no Japão na próxima semana. Na terça-feira à noite (horário de Brasília), haverá um discurso de Seiiji Adachi, membro do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês). A autoridade monetária do país já elevou a taxa de juros duas vezes este ano, após décadas sem aumentar.

O discurso deve abordar o forte crescimento dos gastos domésticos, que foram divulgados na última semana. Os japoneses gastaram mais em agosto, com uma alta mensal de 2% ante um recuo de 1,7% no mês anterior. O mercado projetava uma retomada mais tímida dos gastos. Na base anual, o recuo foi menor do que o esperado. A expectativa era de uma contração anual de 2,6%, e veio um recuo de 1,9%.

Esses dados refletem o aumento dos ganhos salariais no Japão. Se a Massa Salarial em geral teve um crescimento de 3% em agosto dentro do esperado, a alta do pagamento de horas extras surpreendeu o mercado, com alta de 2,6% ante uma expectativa de contração de 2,5%. O discurso de Adachi deve preparar o mercado para a leitura da inflação ao consumidor nacional de setembro. O indicador vai ser divulgado na quinta-feira à noite (horário de Brasília).

ESTADOS UNIDOS

Essa ascensão asiática não ofusca as atenções para os desdobramentos da atividade econômica, inflação, mercado de trabalho, política monetária e, especialmente, eleições presidenciais nos EUA. Discursos de membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), dados de inflação ao consumidor de setembro acima do esperado e mercado de trabalho forte – apesar de em desaceleração – praticamente selaram as expectativas de um corte de meio ponto percentual na taxa de juros nos EUA, provavelmente com um corte de 25 pontos-base na reunião de novembro e outro da mesma magnitude em dezembro, levando a taxa do intervalo de 4,75%-5% para 4,25%-4,5%.

Os holofotes aos EUA estão nas eleições presidenciais de 5 de novembro, evento que geralmente traz volatilidade ao mercado, especialmente em um cenário polarizado por candidaturas com visões econômicas com desdobramentos diferentes para as economias dos EUA e mundial. Além disso, há a temporada de balanços do 3º trimestre das empresas com ações listadas em Wall Street, que devem antecipar o comportamento da atividade econômica dos EUA no período.

Segundo o indicador GDPNow do Fed de Atlanta, a tendência é de uma nova expansão acima de 3% entre julho e setembro da economia dos EUA. Os dados econômicos de destaque na próxima semana são as vendas no varejo e produção industrial de setembro, que serão conhecidos na quinta-feira. Já a temporada de balanços do 3º trimestre ganha tração, com a continuação dos bancos grandes como Goldman Sachs, Bank of America e Citigroup, além da Netflix.