Moradores das ilhas participam de segundo mutirão da compra assistida em Porto Alegre

Ação nesta terça-feira contemplou 380 pessoas, mais do que os 360 do primeiro evento

Foto: Pedro Piegas / Correio do Povo

O segundo mutirão da compra assistida, realizado pela Caixa Econômica Federal, com apoio da Prefeitura de Porto Alegre, contemplou moradores das ilhas da Capital nesta terça-feira, com exceção do Pavão, cujos cadastros ainda não foram recebidos. A ação ocorreu no Posto Avançado da Administração nos bairros Humaitá e Navegantes, na zona Norte. Foram contempladas 380 pessoas, número maior do que as 360 no primeiro mutirão, ocorrido no final de setembro, integrando moradores das vilas Coobal, Tio Zeca e Areia.

“Este mutirão é de orientação para que as famílias possam fazer a seleção de seus imóveis. Agora, houve a aprovação de uma segunda lista, e assim faremos mutirões assim que houver novas gamas de selecionados”, salientou a secretária municipal de Habitação e Regularização Fundiária (Smharf), Simone Somensi. Conforme ela, já foram enviados ao governo federal cerca de 3,5 mil nomes de pessoas afetadas e que potencialmente podem encaminhar o benefício.

Ainda conforme ela, a intenção é que não haja mais ocupações na região do Arquipélago. “A região compõe a unidade de conservação do Delta do Jacuí, e, obviamente, as famílias terão de se reorganizar para poder morar em outro local, que não é nas ilhas. Entendemos que é uma área sem proteção contra cheias, então, quanto menos pessoas vivendo ali, mais fácil é de realizar a gestão deste território”. Representantes de incorporadoras também estiveram no local.

Representante da Ilha Grande dos Marinheiros do Comitê Local da Compra Assistida, Paloma de Castro disse que “é preciso muito cuidado” no trato da questão. “Temos pessoas muito antigas nas ilhas, e é preciso respeitar a vontade de cada um. Por outro lado, a grande maioria do pessoal está cansada de ser atingida pelas enchentes o tempo todo. As pessoas têm a necessidade da compra assistida para ontem, mas está levando cerca de cinco meses até a primeira lista ser liberada”, afirmou ela.

De acordo com Paloma, mais de 500 casos de inconsistências foram identificados em moradores das ilhas a partir do Departamento Municipal de Habitação (Demhab) ao governo federal, ou seja, informações incorretas de CPF ou endereço, por exemplo. “Hoje, muitas casas estão no chão, algumas no banhado. O que se vê hoje nas ilhas é um cenário de destruição e, ainda assim, as pessoas são guerreiras e estão tentando reconstruir neste local”.

“O Mutirão é parte de um grande trabalho que vem sendo realizado pela CAIXA e pelo Governo Federal para apoiar as famílias que perderam as suas moradias na enchente. A Reconstrução do estado só estará concluída quando todas as famílias receberem o seu imóvel – e para isso trabalhamos incansavelmente, em busca de soluções que atendam a demanda de habitação oriunda dessa catástrofe climática sem precedentes. Não temos objetivo, demanda ou missão mais importante que essa”, ressaltou Renato Scalabrin, superintendente de Rede da CAIXA em Porto Alegre.