RS perdeu 4% no número de vagas entre janeiro e agosto, diz Abicalçados

Percentual de perda na indústria calçadisa do país foi de 2,5%

Crédito: Abicalçados

Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), com base em registros do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que a indústria calçadista brasileira encerrou agosto com saldo positivo de 12,4 mil postos criados e um estoque de 293 mil empregos gerados, 2,5% menos do que no mesmo período do ano passado.

Estado que mais emprega na atividade, o Rio Grande do Sul criou 1,6 mil empregos no setor até agosto, encerrando o período com 85,7 mil postos diretos no setor, 4% menos do que no mesmo período correspondente de 2023. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que o resultado nacional aponta para uma recuperação da produção do setor, que cresceu mais de 4% até agosto, alcançando mais de 500 milhões de pares de calçados.

“O mercado interno brasileiro, ancorado no crescimento das rendas das famílias, vem dando boa resposta para a indústria de calçados”, comenta. No entanto, segundo o executivo, existe uma ameaça que pode colocar em risco o bom momento do setor. “O calçado asiático, em especial o chinês, vem avançando no mercado brasileiro. Com a prática de dumping – quando a empresa exporta produtos com valor abaixo do preço de mercado -, esses calçados entram no Brasil com valores subfaturados e provocam uma concorrência desleal com as produtoras brasileiras”, alerta.

PRODUTO CHINÊS

Ferreira alerta também para o risco de um possível acordo de livre comércio entre o Mercosul e a China, o que aumentaria a invasão de calçados asiáticos nas lojas brasileiras. “Seria uma tragédia a China poder enviar seus produtos para o Brasil sem taxa de importação e sem tarifa antidumping – hoje em US$ 10,22 por par. A indústria calçadista brasileira não só pararia de empregar, por falta de pedidos, mas correria sério risco de seguir existindo”, conclui o dirigente.

A indústria calçadista cearense foi a primeira do Brasil a recuperar as perdas de postos de 2023. No acumulado até agosto foram mais de 3 mil postos criados, o que fez com que o Estado terminasse o período com um total de 68,3 mil empregos na atividade, 0,7% mais do que no mesmo intervalo de 2023.

Empregos no setor por Estado:

RS: + 1,6 mil empregos entre janeiro e agosto / 85,8 mil empregos no total (-4% ante 2023)

CE: + 3 mil empregos entre janeiro e agosto / 68,3 mil empregos no total (+0,7% ante 2023)

BA: + 1 mil empregos entre janeiro e agosto / 40,8 mil empregos no total (-4,8% ante 2023)

SP: + 4 mil empregos entre janeiro e agosto / 33,8 mil empregos no total (-0,8% ante 2023)

BRASIL: + 12,4 mil empregos entre janeiro e agosto / 293 mil empregos no total (-2,5% ante 2023).