Após os ataques do Irã a Israel, na noite desta terça-feira (1º), o Conselho de Segurança das Nações Unidas convocou uma reunião de emergência nesta quarta (2). Durante o encontro, o embaixador iraniano Amir Saeid Iravani falou sobre o bombardeio a Israel e alertou a comunidade internacional. “Tentaremos evitar novos ataques. […] Mas tomaremos novas medidas de defesa se for necessário proteger o nosso território, a nossa integridade e nossa soberania contra qualquer ato de agressão militar e uso ilegal de força nesse sentido. O Irã não vai hesitar”, disse.
Secretário-geral da ONU pede paz no Oriente Médio
Durante seu discurso na reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, nesta quarta-feira (2), convocada após os ataques do Irã a Israel, o secretário-geral da organização, António Guterres, afirmou que o mundo “não pode perder de mente o custo que o conflito está levando à população civil” e que “já passou a hora de haver paz no Oriente Médio“. “Esse ciclo mortal de represálias tem que parar”, disse Guterres. O secretário-geral havia sido declarado “persona non grata” e foi proibido de entrar em território israelense pelo governo do país — por não ter se posicionado contra o ataque iraniano ainda nesta terça-feira (1°).
Israel declara secretário-geral da ONU ‘persona non grata’ e o proíbe de entrar no país
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU “persona non grata” e proibiu a entrada dele no país.
O motivo foi a falta de um posicionamento claro de António Guterres sobre o ataque de terça-feira (1º), quando o Irã lançou cerca de 200 mísseis em direção ao território israelense.
“Qualquer pessoa que não consiga condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irã contra Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não merece pisar em solo israelense”, escreveu Katz nas redes sociais.
Ele acrescentou ainda a ausência de posicionamentos mais contundentes do secretário-geral em relação a grupos terroristas hostis a Israel.
Ataque do Irã danificou bases aéreas de Israel, mas não atingiu aviões
A Força Aérea de Israel confirmou nesta quarta-feira (2) que o ataque de cerca de 200 mísseis do Irã, ontem, atingiu bases do país, mas frisou que não houve danos à infraestrutura militar, apenas a edifícios administrativos.
De acordo com as FDI (Forças de Defesa de Israel), os sistemas de defesa aérea funcionaram de maneira eficaz.
“Nenhum avião foi danificado, apenas prédios administrativos e áreas periféricas, mas o núcleo das operações permaneceu protegido para garantir que não haja interrupções”, disse o Exército em comunicado.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, general Mohammad Bagheri, afirmou que os alvos do ataque de ontem foram a base do Mossad (serviço secreto israelense), a base aérea de Nevatim, no sudeste do país, a base de Hatzerim, no deserto de Neguev, radares estratégicos e centros de concentração de tanques, informa a emissora Sky News Arabia.
Dois sistemas de defesa aérea foram fundamentais para conter o ataque de ontem: o Arrow e o Estilingue de Davi — o terceiro é o Domo de Ferro, mas focado em foguetes de curto alcance, como os disparados pelo grupo terrorista Hamas a partir da Faixa de Gaza.
Nesta quarta-feira, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, visitou a bateria do sistema Arrow 3 e parabenizou os soldados que atuam naquela instalação.
O sistema de defesa Estilingue de Davi é uma parte central da defesa antimísseis de Israel, projetado para interceptar ameaças de médio alcance, como foguetes, mísseis de cruzeiro e outros projéteis balísticos. Desenvolvido em conjunto por Israel e os Estados Unidos, o sistema visa preencher a lacuna entre o Domo de Ferro, que lida com foguetes de curto alcance, e o Arrow, destinado a mísseis de longo alcance.
Com tecnologia avançada, o Estilingue de Davi pode interceptar alvos em pleno ar, utilizando mísseis interceptadores conhecidos como “Stunner”, que possuem alta precisão e agilidade para destruir ameaças antes que atinjam áreas densamente povoadas.
Já o Arrow 3 é o componente mais avançado da defesa antimísseis de Israel, especificamente projetado para lidar com mísseis balísticos de longo alcance e ameaças fora da atmosfera terrestre.
Desenvolvido pela Israel Aerospace Industries em parceria com a americana Boeing, o Arrow 3 é capaz de interceptar mísseis balísticos a altitudes muito elevadas, inclusive em órbita, proporcionando uma camada adicional de defesa.
Esse sistema é crucial para proteger Israel de mísseis lançados a partir de longas distâncias, como do Irã, oferecendo uma resposta preventiva com capacidade de interceptação ainda durante a fase exoatmosférica dos mísseis, antes que possam reentrar na atmosfera.