Os trabalhadores terceirizados que atuam na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, decidiram na manhã desta sexta-feira a entrar em greve por termo indeterminado. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sticc), que representa a categoria, uma assembleia-geral foi realizada para decidir pela paralisação após algumas reivindicações não serem atendidas.
O sindicato relatou que, entre as demandas, está a equiparação salarial com trabalhadores que atuam na refinaria do Paraná, além do aumento no vale-alimentação para R$ 1.250,00. “Infelizmente, chegamos a essa situação, em razão da Refap Canoas praticar a pior remuneração para os trabalhadores de todas as refinarias do Brasil”, afirmou Gelson Santana, presidente do Sticc.
Atualmente, quatro empresas atuam de forma terceirizada na Refap. Ainda conforme o sindicato, uma delas realizou recentemente a equiparação de salários com a refinaria do Paraná. Já as outras três empresas não teriam aceitado a equiparação dos trabalhadores. São cerca de 300 profissionais que entraram em greve por tempo indeterminado nesta sexta.
No dia 25 de setembro, uma mediação foi realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT 4). No encontro, as empresas teriam refutado as demandas colocadas pelos trabalhadores. Após o encontro, o desembargador Alexandre Corrêa da Cruz, que mediou a negociação, propôs um vale-alimentação de R$ 950 e reajuste de 7,5% no salário. As empresas também teriam se posicionado contrárias ao que proposto pelo TRT 4.
Risco para quem atua na Refap
Apesar de não representar os trabalhadores que entraram em greve, o Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (SindiPetro-RS) está acompanhando a situação e reforça o relato sobre remuneração deficitária na refinaria de Canoas para os terceirizados. Segundo o diretor jurídico do sindicato, Anderson Santos de Medeiros, a greve também resulta em maiores riscos para todos os profissionais que atuam no local.
“A condição aqui no Rio Grande do Sul piorou depois aí das enchentes. Os menores salários são pagos aqui no Rio Grande do Sul. Estamos acompanhando a luta deles e verificando as condições. A falta dos trabalhadores terceirizados dentro da planta traz muita insegurança para quem atua na refinaria”, relatou Medeiros.