O governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs) lançou, nesta sexta-feira, o edital Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Voltado a Desastres Climáticos, com investimento previsto de R$ 30 milhões. A capacidade de contribuição da academia para o entendimento das causas, riscos e impactos dos eventos climáticos motivou o surgimento do programa de pesquisa.
O objetivo do edital é apoiar projetos cujos resultados permitam tomadas de decisão baseadas em evidências científicas e que auxiliem na elaboração e no aperfeiçoamento de políticas públicas de enfrentamento aos desastres climáticos. Com base na pesquisa científica, visa gerar conhecimentos que levem a um melhor entendimento das origens e consequências sociais, ambientais e econômicas de desastres hidroclimáticos.
O Conselho Técnico Administrativo (CTA) da Fapergs concebeu o edital ouvindo lideranças científicas de diferentes áreas. Além disso, trocou experiências com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que criou programas de fomento à pesquisa e à inovação para prevenção e restauração após os desastres ocorridos pelo rompimento de barragens em Mariana (2015) e em Brumadinho (2019). Também foram estudados casos internacionais, como as iniciativas de fomento à pesquisa científica em resposta ao furacão Katrina, que destruiu a cidade americana de Nova Orleans, a terremotos no Japão e ao tsunami que atingiu o sudeste asiático.
O diretor presidente da Fapergs, Odir Dellagostin, destacou a importância da iniciativa. “Este edital emergencial é uma ação concreta para apoiar pesquisas que possam gerar soluções rápidas e eficazes, em resposta à situação enfrentada pelo nosso Estado. A missão da Fapergs é fomentar a ciência e a inovação, com impacto direto na sociedade, e esse tipo de iniciativa reforça o papel estratégico da pesquisa científica na resolução de problemas emergenciais. Contamos com a participação ativa da comunidade científica para, juntos, enfrentarmos esses desafios”, afirmou.
O investimento global de R$ 30 milhões é proveniente do orçamento da Fapergs, que recebeu suplementação orçamentária específica para esse fim, concedida pelo governo do Estado, por intermédio da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict).
Projetos
Com uma abordagem multidisciplinar, os projetos de pesquisa terão prazo de execução de 36 meses e poderão contemplar várias linhas temáticas como: aspectos de engenharia, arquitetura e infraestrutura; comunidades em situação de vulnerabilidade social e econômica; difusão e adoção de medidas de resiliência e resposta a desastres climáticos; entre outras.
O financiamento dos projetos será em duas faixas: até R$ 1,5 milhões e até R$ 300 mil. Na primeira faixa (A), deverão ser encaminhadas propostas envolvendo redes interinstitucionais e interdisciplinares de pesquisa. Já na segunda (B), poderão ser apresentadas propostas de grupos individuais ou colaborações em rede de pesquisa fundamental ou aplicada, puramente acadêmicas ou envolvendo parcerias com outros setores.
As propostas deverão ser submetidas entre 30 de setembro e 12 de novembro de 2024, por meio do SigFapergs (Sistema de Informação e Gestão de Projetos).