Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 6,6 bi em agosto, diz BC

As reservas internacionais somaram US$ 369,2 bilhões no período

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

As transações correntes do balanço de pagamentos foram deficitárias em US$ 6,6 bilhões em agosto de 2024, ante déficit de US$ 969 milhões em agosto de 2023. O saldo comercial somou US$ 4,0 bilhões, recuo de US$4,8 bilhões na comparação interanual, e o déficit em serviços somou US$ 4,7 bilhões, aumento de US$1,6 bilhão. Os dados foram divulgados neste quarta-feira, 25, pelo Banco Central.

O déficit em renda primária somou US$6,2 bilhões, diminuição de US$851 milhões, e o superávit em renda secundária manteve-se praticamente inalterado, US$259 milhões. O déficit em transações correntes nos doze meses encerrados em agosto de 2024 somou US$38,6 bilhões (1,75% do PIB), ante US$33,0 bilhões (1,49% do PIB) no mês anterior e US$32,2 bilhões (1,54% do PIB) em agosto de 2023.

A balança comercial de bens foi superavitária em US$4,0 bilhões em agosto de 2024, ante saldo positivo de US$8,8 bilhões em agosto de 2023. As exportações de bens somaram US$29,2 bilhões, recuo de 6,8% na comparação interanual, enquanto as importações de bens aumentaram 12,0%, na mesma base de comparação, totalizando US$25,2 bilhões.

SERVIÇOS

O déficit na conta de serviços totalizou US$4,7 bilhões no mês, ante déficit de US$3,1 bilhões em agosto de 2023, aumento de 53,4%. Na mesma base comparativa, cresceram as despesas líquidas de serviços de transportes, 49,3%, somando US$1,5 bilhão; serviços de propriedade intelectual, 56,4%, totalizando US$787 milhões; e serviços de telecomunicação, computação e informações, 44,7%, totalizando US$580 milhões. As despesas líquidas com viagens internacionais aumentaram 24,6%, para US$766 milhões, resultado de redução de 15,5% (para US$555 milhões) nas receitas e de aumento de 3,8% (para US$1,3 bilhão) nas despesas.

O déficit em renda primária somou US$ 6,2 bilhões em agosto de 2024, 12,1% abaixo do déficit de US$7,0 bilhões de agosto de 2023. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$4,3 bilhões, ante US$5,2 bilhões em agosto de 2023, redução de 18,7%. As despesas líquidas com juros somaram US$1,9 bilhão, 7,8% superiores ao US$1,8 bilhão ocorrido em agosto de 2023.

As reservas internacionais somaram US$ 369,2 bilhões em agosto de 2024, incremento de US$5,9 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços, US$2,8 bilhões, e por paridades, US$2,0 bilhões. As receitas de juros somaram US$760 milhões no mês.