Segue até esta quinta-feira o mutirão de orientação para a Compra Assistida no posto avançado da Prefeitura de Porto Alegre no bairro Navegantes, na zona Norte de Porto Alegre. Nele, 352 famílias afetadas pelas enchentes e habilitadas a participar do projeto pelo Ministério das Cidades poderão ser informadas sobre como obter imóveis de até R$ 200 mil em qualquer local do Rio Grande do Sul, exceto em zonas alagáveis, que serão adquiridos pela Caixa e doados aos beneficiários. Os horários são separados para cada comunidade.
é acelerar o processo relacionado à aquisição de moradias. “É inimaginável o que elas devem ter sofrido com as casas debaixo d’água por 30 dias ou mais. Sair dos seus locais é difícil, deixar para trás suas histórias, porém uma casa nova é um bom recomeço”, salientou ele.
Nesta terça-feira, puderam conhecer a iniciativa os moradores das regiões conhecidas como Coobal, Tio Zeca e Areia, às margens da BR-290, no bairro Vila Farrapos. O site pra consulta de imóveis disponíveis será aberto pela Caixa no próximo sábado, e terá garantido o imóvel, como critério de desempate, o cidadão que manifestar interesse primeiro. A secretária Municipal de Habitação e Regularização Fundiária (SMHARF), Simone Somensi, afirmou que a Prefeitura mapeou os locais mais atingidos pelas cheias e cuja permanência colocava em risco o próprio sistema de proteção.
“Ao município, competiu a identificação da demanda, e desde o início da calamidade, começamos a fazer este planejamento. Há um diálogo permanente com o governo federal para que eles pudessem entender o que estava acontecendo e como poderiam nos auxiliar”, destacou ela. Conforme a Administração, a demanda de residências de interesse social em Porto Alegre é de 20,7 mil famílias impactadas pela enchente, e o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) relata ter enviado mais de 2,4 mil laudos de casas e cadastros de famílias.
Líder comunitária elogia, mas classifica ação como “tardia”
Depois do reassentamento das famílias, o local deverá ser limpo para a construção das alças de acesso da nova ponte do Guaíba para a rua Dona Teodora por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), resolvendo um impasse histórico. Líder comunitária da Coobal, Patrícia Maria Menna Barreto, que esteve no evento nesta terça, disse que o projeto é importante, porém tardio, e relatou estar preocupada com a continuidade das vidas das famílias.
“As pessoas vão ter uma moradia digna, e isto é bom, mas, por exemplo, uma recicladora, que puxa seu carrinho, como ela vai guardar o lixo dentro de um apartamento com os filhos, mais os animais? É algo totalmente inadequado. Acredito que falta um pouco deste olhar mais social para o território. E nossa luta é garantir que isto seja garantido”, comentou ela. Nesta quarta, haverá uma turma das 9h ao meio-dia e outra das 14h às 17h. Já na quinta, o mutirão prossegue para a quarta e última turma, também das 9h ao meio-dia.