O Esqueletão tem 19 andares e pode ser visto de diversos pontos da cidade. Tido por muitos como ponto de referência, o prédio está localizado na rua Marechal Floriano Peixoto, próximo a espaços importantes de Porto Alegre: do Mercado Público, da estação de trem, do Paço Municipal e da charmosa avenida Borges de Medeiros. No térreo da construção funcionava a Galeria XV de Novembro, vizinha da Galeria do Rosário, ambos centros comerciais construídos na década de 50.
O prédio com características de potencial arranha-céu, à época, carrega, na verdade, uma estrutura inacabada e esquelética. Além dos estabelecimentos comerciais do térreo, chegou até mesmo a ser morada improvisada de famílias nos três andares acima. Os projetos de transformar a parte superior em hotel nunca foram concluídos – ou por falência ou por falecimento dos investidores.
Contou com diversos proprietários – mais de 30, por último –, alguns deles que nunca viram seus apartamentos construídos. Esse número é ainda maior, visto que a prefeitura de Porto Alegre não conseguiu identificar alguns deles.
Depois de 36 anos de tramitações jurídicas, o Esqueletão começou a ser demolido em agosto deste ano. O plano de trabalho prevê etapas, entre manuais e a implosão final. A previsão é que a construção desapareça da paisagem do Centro até o fim do ano.
Ao longo do tempo, o prédio passou por três interdições: 1988, 1990 e 2019. Entre elas, laudos, audiências, mandados de desocupação, e um período de paralisação por conta da pandemia. Os débitos de impostos, que gira na casa de bilhões, estão sendo cobrados pela Prefeitura na Justiça.
A desocupação total só ocorreu em setembro de 2021. Não houve indenização financeira pra quem teve que sair de surpresa. As duas portas de acesso ao Esqueletão hoje estão cobertas por cartazes que informam o paradeiro dos antigos comerciantes, a maioria ainda no centrão. Com sorte, os clientes vão atrás.