Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, no acumulado entre janeiro e agosto, as exportações de calçados somaram 63,87 milhões de pares e US$ 654,78 milhões, quedas tanto em volume (-22,4%) quanto em receita (-20,4%) em relação ao mesmo período do ano passado. O cenário é diferente nas importações de calçados, que no mesmo período somaram 23,94 milhões de pares e US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita no comparativo com intervalo correspondente do ano passado.
Conforme a Abicalçados, o aumento das importações e a queda das exportações resultaram em queda de 30% no saldo da balança comercial do setor. “Em agosto, tivemos uma queda brusca no volume exportado para a Argentina (-30,8%), que é nosso segundo principal destino no exterior e que vem puxando as exportações brasileiras de calçados para baixo”, comenta o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
“Estamos vivendo um período de baixo consumo internacional. E este consumo menor vem sendo absorvido pelos produtores asiáticos, em especial da China, que depois das rígidas políticas para contenção da Covid-19 voltou ao mercado de forma bastante agressiva”, explica o dirigente.
DESTINOS
Principal destino internacional do calçado brasileiro, os Estados Unidos importaram, entre janeiro e agosto, 6,95 milhões de pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 147,62 milhões, quedas tanto em volume (-5,3%) quanto em receita (-8,3%) em relação ao mesmo ínterim de 2023.
Respondendo por mais de 50% de todo o valor gerado com as exportações de calçados no Brasil, o Rio Grande do Sul segue sendo o principal player internacional do setor. Entre janeiro e agosto, partiram das fábricas gaúchas 21,24 milhões de pares por US$ 328,14 milhões, quedas de 13,8% e de 13,3%, respectivamente, ante o mesmo período do ano passado.
Na sequência do Rio Grande do Sul apareceram como principais exportadores brasileiros de calçados os estados do Ceará (19,67 milhões de pares e US$ 134,44 milhões, quedas de 21% e de 27,3%, respectivamente, ante 2023) e São Paulo (3,74 milhões de pares e US$ 57,5 milhões, quedas de 29,9% e de 25,3%).
IMPORTAÇÕES
Entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 23,94 milhões de pares por US$ 300,44 milhões, incremento de 12,1% em volume e queda de 5,1% em receita em relação ao mesmo período do ano passado. Respondendo por cerca de 90% dos calçados que entram no Brasil, os países asiáticos seguem puxando as importações para cima.
A China é a principal origem do volume importado. Entre janeiro e agosto, entraram no Brasil 7,75 milhões de pares chineses por US$ 27,32 milhões, quedas de 4,7% e de 24,4%, respectivamente, em relação ao mesmo período de 2023. O preço médio do calçado foi de US$ 3,50 por par.
Em partes de calçados – cabedais, palmilhas, solados, saltos etc – , as importações dos oito meses somaram US$ 23,72 milhões, 26,6% mais do que no mesmo período do ano passado. As principais origens foram China, Paraguai e Colômbia.