A Trensurb confirmou que a retomada das operações até a Estação Farrapos se dará no dia 20 de setembro. A meta, que foi prometida há alguns meses, mas que era considerada ousada, garante o retorno dos trens até Porto Alegre, mas ainda com limitações em relação ao serviço que era executado antes das enchentes.
Em coletiva de imprensa realizada na tarde de sexta-feira, o presidente da Trensurb, Ernani Fagundes, ressaltou a retomada das atividades da empresa na cidade em que ela está oficialmente instalada.
O presidente falou das perdas causadas pelas enchentes e os desafios para que as atividades pudessem ser retomadas, ainda no dia 30 de maio, ainda sem a cobrança de tarifas. Disse que, após retomada das cobranças, foram colocados ônibus gratuitos à disposição, que fazem o deslocamento dos passageiros da Estação Mathias Velho até o Centro de Porto Alegre.
Durante a coletiva, Fagundes garantiu que, ao retornar até a Farrapos, outras linhas de ônibus farão o deslocamento, também gratuito, dos passageiros até o Centro Histórico. Da mesma forma, acontecerá para quem quer retornar à Região Metropolitana através dos trens, com ônibus disponíveis para fazer o transporte do Centro a Farrapos.
Conforme o presidente, o fato de a maioria dos equipamentos necessários para o funcionamento do serviço ser fornecida apenas por empresas do exterior, é um dos obstáculos que precisaram ser superados.
Entre as principais perdas apresentadas pela Trensurb estão as subestações, que fornecem a energia necessária para o funcionamento dos trens. Por isso, um edital com valor de R$ 120 milhões foi publicado para que três novas subestações sejam instaladas, para que seja possível fazer os trens chegar até a Estação Mercado. “Essa reconstrução já vem agregada à inovação e a elevação das cotas. Nós não vamos mais construir subestação no chão, porque a gente já sofreu uma inundação, não tem sentido hoje reconstruir nesse nível”, disse.
As novas subestações, modernizadas, terão a elevação de equipamentos, que vão ficar todos seguros para que não haja uma nova perda em caso de nova enchente. A contratação da empresa fornecedora é uma das necessidades para que seja possível gerar energia que permita aos trens chegarem ao Centro Histórico.
Atualmente, para chegar até a Farrapos, a energia gerada virá de Canoas. Além da limitação da operação, o tempo de viagem também será maior do que o habitual. “Antes das enchentes, tínhamos capacidade de atuar com 15 trens por hora, com mil passageiros em cada veículo e com possibilidade de acoplar dos veículos. O intervalo entre as viagens chegava a 4 minutos nos horários de maior movimento. Agora, nossa capacidade energética permite apenas quatro veículos por hora. Por isso, teremos que manter o intervalo de viagens em 15 minutos”, explica Fagundes.
De acordo com a Trensurb, o prejuízo causado pelas enchentes em toda a extensão, de Novo Hamburgo a Porto Alegre, demandou 97 projetos necessários para a recuperação e a retomada plena. O valor de investimento é de R$ 275,8 milhões.
Com a ampliação até a Farrapos, cinco novas estações passarão a funcionar diariamente, incluindo a Aeroporto e o Aeromóvel. O retorno até a Estação Mercado tem previsão mantida para 24 de dezembro, mas também com limitações em relação ao serviço executado antes das inundações.