Impulsionado por exportações e mercado interno, abate de bovinos bate recorde no 2º tri, diz IBGE

Aumento foi de 17,5% no 2º trimestre deste ano em comparação com o 2° trimestre de 2023

Crédito: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

O abate de bovinos no Brasil cresceu 17,5% no 2º trimestre deste ano em comparação com o 2° trimestre de 2023 e 6,7% frente ao 1° período de 2024. O total de cabeças abatidas chegou a 9,96 milhões, um recorde na série histórica, iniciada em 1997. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 5, e revelam também o abate de 1,61 bilhão de cabeças de frangos que representou  um aumento de 3,2% em relação ao mesmo período de 2023 e acréscimo de 1,0% na comparação com o 1° trimestre de 2024.

Em relação ao mesmo período de 2023, foram abatidas 1,48 milhão de cabeças de bovinos a mais no 2º trimestre de 2024, com altas em 26 das 27 unidades da federação (UFs). O abate de fêmeas aumentou 20,8% em relação ao 2º período de 2023, influenciado pela queda do preço dos bezerros no comparativo anual, enquanto o abate de machos subiu 14,8%. Segundo o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi, “o abate de bovinos estava em um ciclo de retenção entre 2019 e 2021 e passou para o ciclo de expansão a partir de 2022. O preço de bezerros reduziu, refletindo-se no aumento do abate de fêmeas, principalmente”.

O abate de frangos é o segundo maior na série histórica iniciada em 1997, superado apenas pela marca alcançada no 1° trimestre de 2023 (1,61 bilhão de cabeças).  Já o abate de 14,57 milhões de cabeças de suínos representou aumento de 2,5% em relação ao mesmo período de 2023 e alta de 3,9% na comparação com o 1° trimestre de 2024. O abate de 358,72 mil cabeças de suínos a mais no 2º trimestre de 2024, em relação ao mesmo período do ano anterior, foi impulsionado por aumentos em 17 das 24 unidades da federação.

EXPORTAÇÕES

As exportações de bovinos no trimestre atingiram o patamar inédito de 612,44 mil toneladas, aumento de 30,0% na comparação anual, com recordes para abril e maio (SECEX/MDIC). A ampla oferta de animais também impactou os preços da arroba do boi, que sofreu retração no período (CEPEA/Esalq). Os volumes exportados de carne suína voltaram a crescer, alcançando volumes recordes para os segundos trimestres. As exportações brasileiras de carne de frango também retomaram a trajetória de crescimento no 2° trimestre de 2024 e alcançaram um novo recorde na série histórica da Secex.

“O mercado interno é o que mais absorve essas proteínas. No caso dos bovinos, houve redução de preços da carne, que estimulou o mercado interno, e no caso de frangos, há uma alta demanda por conta dos preços mais acessíveis”, explicou Viscardi.

PRODUÇÃO DE OVOS

A produção de ovos de galinha alcançou 1,16 bilhão de dúzia no 2º trimestre de 2024, um aumento de 9,8% em relação ao mesmo trimestre em 2023 e de 5,6% em relação ao trimestre anterior, alcançando novo recorde na série histórica. “A produção de ovos também foi recorde por ser uma proteína com preços acessíveis e ter uma alta demanda no mercado interno. O aumento foi mais expressivo na produção de ovos voltados para alimentação humana”, pontuou Viscardi.

Foram produzidas 103,38 milhões de dúzias de ovos a mais em comparação com o 2º trimestre de 2023. Mais da metade das granjas, 1.094 (54,5%), produziram ovos para o consumo, respondendo por 82,4% do total de ovos produzidos, enquanto 913 granjas (45,5%) produziram ovos para incubação, respondendo por 17,6% do total de ovos produzidos.

Já a aquisição de leite cru foi de 5,83 bilhões de litros, equivalente a um aumento de 0,8% em relação ao 2° trimestre de 2023, e decréscimo de 6,2% em comparação com o trimestre imediatamente anterior. O acréscimo de 43,80 milhões de litros de leite captados em nível nacional, comparado ao mesmo período de 2023, é proveniente de aumentos registrados em 16 das 26 UFs participantes da Pesquisa Trimestral do Leite.

“A atividade teve aumento na comparação anual pela segunda vez consecutiva, desde as quedas de 2021 e 2022. Em relação ao preço do leite, houve aumento em relação ao 1º trimestre de 2024, por conta da seca sazonal”, acrescentou Bernardo Viscardi.

Com o avanço da seca em diversas regiões produtoras, o preço médio do leite pago ao produtor teve um comportamento de alta ao longo do trimestre, variando de R$ 2,45 em abril a R$ 2,71 em junho. Considerando a média dos três meses (R$ 2,60), o preço apresentou retração de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior e alta de 15,6% em relação ao 1º trimestre de 2024.