A um dia da data em que marca exatamente um mês de antecedência para o primeiro turno das eleições 2024, os candidatos à prefeitura de Porto Alegre se encontram diante de diferentes desafios nesta corrida. Entre o corpo da rua e as propagandas das telas, as últimas cartas estão sendo postas na mesa do eleitor.
Apesar de estar diante de uma campanha que deve cada vez mais se intensificar, a avaliação do entorno de Sebastião Melo (MDB) acredita que ele não se licenciará do cargo de prefeito. O candidato, no entanto, não bate o martelo, reafirma confiança no vice Ricardo Gomes (sem partido) e reconhece que o afastamento pode ser uma alternativa conforme a proximidade do pleito. Contudo, afirma que a gestão de uma cidade em reconstrução pós cheias vem em primeiro lugar.
Nesta quinta-feira, Melo aproveitou o dia de sol na Capital para gravar propaganda eleitoral em uma praça no bairro Três Figueiras. Com quase metade do tempo de TV e rádio e à frente nas últimas pesquisas de intenção de voto divulgadas, o prefeito tenta deixar a campanha mais leve e deve divulgar um jingle, o terceiro da campanha, em ritmo de samba nesta sexta.
Já Maria do Rosário (PT) foi até a Vila dos Papeleiros, região extremamente degradada às margens da avenida Voluntários da Pátria, onde montanhas de lixo se acumulam entre as casas e nos muros da escola de educação infantil do local. Os moradores foram atingidos pela enchente de maio.
Acompanhada do ex-governador Olívio Dutra (PT), da vice Tamyres Filgueira (PSol) e de candidatos a vereadores, portando carro de som, bandeiras, panfletos e adesivos para caminhar pela vila, ouvir a população e pedir votos. Também presente uma robusta equipe de filmagem acompanhando tudo.
Juliana Brizola (PDT) teve uma conversa “olho no olho” com representantes de bares do 4º Distrito e cervejarias artesanais. Porto Alegre, afinal, é um dos principais polos cervejeiros do país.
Ouviu sobre a dificuldade de viabilidade econômica da boemia local pela insegurança e principalmente após as enchentes, que atingiram a região próxima ao Guaíba. Também falou sobre suas propostas para o setor e criticou o “abandono da prefeitura”.
Felipe Camozzato (Novo) teve um dia dedicado à roteirização e gravação de peças para redes sociais em estilo focado para a internet. Duas próximas peças deve trazer um tom mais ácido e apimentado. Sem tempo de rádio e TV, candidato de um partido que concorre pela primeira vez ao Paço Municipal, reconhece que seu principal desafio é se tornar conhecido.
Ele deve passar a intensificar sua campanha em bairros que o Novo não costuma atuar, como Rubem Berta, Mário Quintana, Santa Fé, Glória e Sarandi, local que visitou no primeiro dia de campanha. Também deve apostar no alto índice de rejeição dos dois principais candidatos da disputa: Melo e Rosário.