O júri de 24 detentos acusados de terem dado início a um incêndio no Presídio Estadual de Dom Pedrito, em 2018 encerrou na manhã desta segunda-feira, no foro da cidade. Ao todo, foram condenados 15 réus, sendo 13 deles pelo crime de homicídio consumado qualificado e parte deles por tentativas de homicídio. Outros nove réus foram absolvidos.
O julgamento foi iniciado na terça-feira da semana passada. Os acusados responderam em plenário por um homicídio consumado e 42 tentativas, todas qualificadas, bem como pela prática de motim, com exceção de um deles, pronunciado apenas por envolvimento no motim. Os dois homens indicados como mandante e organizador da ação foram condenados nos termos da acusação.
O júri foi presidido pelo Juiz Eduardo Pereira Lima Zanini. Em função do julgamento, o Foro esteve fechado ao público nesses dias, apenas com a circulação de pessoas autorizadas. As ruas do entorno do prédio foram bloqueadas pela Brigada Militar. Ao longo da semana, foram tomados os depoimentos de vítimas (oito) e duas testemunhas. Dos 24 réus, 18 foram ouvidos em interrogatórios encerrados na noite da quinta-feira. Na sexta e no sábado, o tempo foi dedicado aos debates entre acusação e defesas.
O motim no presídio
Os fatos da denúncia teriam ocorrido no começo da tarde do dia 19 de março de 2018. Nesse dia, um grupo de presos, supostamente sob ordens de dois líderes, teria ateado fogo em colchões colocados na galeria A, no intuito de matar dois desafetos. As chamas teriam se alastrado pelo corredor e resultado no homicídio de um preso e em outras 42 tentativas. Na sequência, os detentos teriam se amotinado no pátio da casa prisional, perturbando a ordem e a disciplina do local. As ações foram captadas pelas câmeras de videomonitoramento do estabelecimento.