Leite anuncia R$ 107 milhões para recuperação de estradas rurais

Recursos são destinados a cidades em situação de emergência

Valores e serviços foram detalhados na Assembleia Geral de Prefeitos e Prefeitas, evento organizado pela Famurs - Foto: Jürgen Mayrhofer/Secom

Um dos pontos mais debatidos em painéis na Expointer 2024 terá um suporte do Governo do Estado. Em assembleia com prefeitos, organizada pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), o

 

O governador Eduardo Leite anunciou, nesta quinta-feira, R$ 107,7 milhões para ajudar as cidades na reconstrução das estradas rurais ou vicinais, que são a primeira etapa de logística de escoamento da produção do Rio Grande do Sul. A manifestação ocorreu na Assembleia Geral de Prefeitos e Prefeitas, evento organizado pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), na Expointer.

Segundo Leite, o recurso já está disponibilizado, mas ainda faltam definir detalhes junto com a Famurs com relação à forma que será feito o repasse.  “Nós vamos fazer o repasse fora do fundo da Defesa Civil, através da Secretaria de Agricultura. A preferência é que a gente possa fazer via consórcios municipais, pois temos mais de 300 municípios em situação de emergência. Se fizer convênio com cada, acabaria por demorar muito”, destacou Leite.

O recurso poderá ser empregado em maquinário e materiais, como cascalho e brita, para fazer a recuperação das vias. Leite também apresentou brevemente todos os programas estaduais criados para auxiliar os municípios após a catástrofe climática. “A Expointer está nos dando a demonstração da nossa força, da capacidade, do talento e do empreendedorismo no nosso povo, que nos dá absoluta confiança na capacidade de superação do nosso Estado”, completou o governador.

Ministros participam do encontro, mas anúncios ficam para sexta-feira
Os ministros Paulo Pimenta, da Secretaria Especial da Recuperação do RS, e Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, também participaram do encontro com os prefeitos nesta manhã. Segundo Pimenta, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávero, trará mais informações e anúncios relacionados com o agronegócio gaúcho.

Ele também confirmou a realização de reuniões com bancos e entidades para tratar sobre as medidas de apoio ao setor. “O decreto que temos hoje é melhor do que o primeiro publicado pelo governo. E se tiver que fazer ajustes, nós vamos fazer. Nós já fizemos muitas coisas para desburocratizar a relação com municípios e setores. Só não temos como trazer de volta as 183 vítimas. De resto, nós temos força, capacidade e determinação para devolver ao povo gaúcho o tijolo que a água levou”, citou.

Já o ministro Teixeira apresentou a lista de providências tomadas pelo Governo Federal para ajudar o agronegócio gaúcho desde o início da calamidade. “Entendemos que o RS foi vítima de uma crise climática. Temos que cobrar o mundo pela emissão de gases do efeito estufa. Mas nós queremos que a agricultura gaúcha continue sendo a mais sofisticada do Brasil”, completou.

Reunião do governo federal e estadual com prefeitos promovido pela FAMURS na 47ª Expointer
Pedro Piegas
Farsul pede coragem para resolver problemas
No encontro, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Silveira Pereira, reforçou a garra do povo gaúcho ao fazer uma Expointer após a crise e cobrou responsabilidade do Governo Federal para ajudar o agronegócio do RS, principalmente com relação ao endividamento e o acesso a crédito por parte dos produtores rurais do Estado.

“Depois de tudo, a Expointer está surpreendendo a todos. E quando a Emater anunciou, se o clima permitir, que talvez nós tenhamos uma safra de 35 milhões de toneladas de grãos no próximo ano, significa que este povo tem muita coragem. Mas nós temos que resolver problemas. Temos dois ministros sentados conosco e eles sabem, assim como o ministro Fávero, da responsabilidade deles perante este povo”, relatou.

O presidente da Famurs, Marcelo Arruda, prefeito de Barra do Rio Azul, relatou que o maior desafio do RS é fazer a reconstrução aliada às obras de prevenção. Ele aponta ainda que, mesmo diante de eleições, é necessário deixar pautas como irrigação e armazenamento de água avançadas dentro dos municípios.

“Se o agro parar lá na ponta, toda a cidade vai parar. Na minha cidade, por exemplo, 95% do PIB é do agronegócio”, reforçou. Em sua apresentação, ele também destacou a necessidade de investimentos em estradas rurais, posteriormente anunciado pelo governador. Ao final, ele convocou todos os presentes a se unirem em prol da reconstrução. “Precisamos todos ficar de mãos dadas pelo RS”, finalizou.