Usuários que necessitam de serviços em agências bancárias no RS estão enfrentando dificuldades em diversas unidades, devido ao fechamento causado pelas enchentes, mesmo após passadas mais de três meses da inundação. Segundo a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), atualmente, há 41 no estado ainda sem funcionar, e que necessitam de grandes reformas ou reconstruções. A Febraban afirma não ter informações sobre onde elas se localizam ou de quais bancos são.
No pico das inundações, no começo de maio, o número chegou a 290. “Cabe ressaltar que os clientes não ficaram sem atendimento, sendo realocados a outros pontos de atendimento ou supridos por pontos de atendimentos móveis”, disse a federação. Mas para as pessoas que frequentam os espaços físicos, ainda há surpresa sobre a demora em algumas reaberturas, como na Agência Praça da Alfândega da Caixa Econômica Federal, também conhecida como Matriz, a mais antiga do Rio Grande do Sul.
Proprietário de um estacionamento no Centro Histórico, Alexandre de Oliveira tentou ir até a unidade da praça na manhã desta segunda-feira e se deparou com um cartaz informando a agência fechada. Há semanas, é intensa a movimentação de retirada de entulhos e limpeza do edifício. Assim como ele, outros clientes também tentaram acessar o local, mas foram informados de que não há atendimento por enquanto.
“Fui em outra agência fazer uma senha de números porque esqueci a minha de letras, e não estou conseguindo sacar mais. Falaram que só na minha unidade, que é esta (da praça). Como está fechada, vou voltar lá e falar que não é possível”, contou Oliveira. O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), Luciano Fetzner, resumiu como “um completo absurdo” as atividades estarem suspensas nestes locais. “Deveriam reabrir mais agências, e não fechando. Mas, infelizmente, não é o que ocorre”, salientou ele.
Em Porto Alegre, o SindBancários tem contabilizadas ao menos 14 agências fechadas. Cinco são da Caixa (além da Praça da Alfândega, a Navegantes, São João, Praça Rui Barbosa e Sete de Setembro), duas do Itaú (Av. Farrapos e rua Cel. Vicente), quatro no Banco do Brasil (agências Centro Histórico, Estilo Centro Histórico, Praça da Alfândega e todos os dez andares acima da sobreloja no prédio da rua Uruguai, na qual todos os funcionários estão trabalhando em home-office). No Banrisul, são duas e há ainda uma do Bradesco.
Questionado na semana passada sobre as unidades sem funcionar, o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, disse que várias apresentaram “danos muito graves”, e, em algumas, o prédio inteiro precisou ser reconstruído. “Nossa engenharia tem algumas limitações (de atendimento às demandas), mas estamos trabalhando no prédio central agora, e está ficando pronto. Devagarinho, vamos colocando tudo em ordem”, disse Lemos. Procurada, a Caixa disse que encaminhará manifestação específica a respeito. Os demais bancos não foram localizados.