Fábrica de pães artesanais de Porto Alegre reabre e projeta duplicação

Fábrica de pães artesanais de Porto Alegre tem hotéis e restaurantes como clientes

Crédito: Gabe Pompeo/Divulgação

As águas de maio afetaram os planos da Salga Panificação, uma empresa de produção artesanal de alta qualidade localizada no bairro Sarandi, em Porto Alegre. Foram 33 dias parados, com a fábrica alagada. O impacto inicial teve gosto amargo de ver insumos e maquinários destruídos, mas a retomada já tem o sabor de novos negócios e até ampliação. Com os sócios botando a mão na massa, em muito pouco tempo não apenas voltaram ao ritmo que estavam em abril, como puderam contratar colaboradores e vislumbrar um crescimento capaz de acomodar máquinas e equipamentos recém adquiridos com investimentos que podem chegar a R$ 1 milhão.

“Nosso diferencial é que somos especialistas em pães. Somos padeiros que transformamos a arte da panificação artesanal em um negócio, em um empreendimento profissional”, orgulha-se Rafael Marcellino, hoje sócio-diretor de produção. E é com a mesma paixão que Fabrício Freitas, sócio-diretor comercial explica: “O processo de panificação artesanal pode ter automação e escala, mas pode e deve ter também um maior cuidado no fazer, como na fermentação natural”.

A Salga Panificação nasceu de 2016 para 2017, na cozinha da casa de Rafael, que fazia pães para vender aos amigos e depois em condomínios de Porto Alegre. Mais tarde, a empresa ganhou sede própria e Vanessa Marques se juntou ao time de sócios. Por fim, Fabrício Freitas, que fez carreira como consultor gastronômico e professor de panificação também se somou à marca, que tem na alta qualidade dos pães seu diferencial.

BRIOCHE

O carro-chefe da Salga é o pão brioche, vendido para hamburguerias. Além dele, outros 30 itens fazem parte da linha de panificação, incluindo baguetes, pães italianos, pães de xis, focaccias e os minipães, servidos em cafés da manhã de hotéis, um perfil de cliente que tem sido recorrente por causa da garantia da capacidade de produção e da variedade.

A retomada depois da enchente – Depois do mutirão para limpar e reorganizar a empresa, os sócios conseguiram reparar os equipamentos danificados, mas o prejuízo chegou a R$ 100 mil. Um montante significativo para uma empresa que faturou R$ 550 mil em 2023 e projetava dobrar o faturamento este ano, antes do fenômeno do alagamento da fábrica. Até o momento, a projeção deverá se confirmar.

“Atualmente, a capacidade da fábrica é de produzir 100 mil pães por mês. Nossa meta é duplicar a produção em doze meses com a venda para catering e a expansão no segmento de hotéis. Estamos preparados para crescer e atender novos clientes. Possivelmente, devemos nos mudar para um espaço maior”, revela Freitas.