A Base Aérea de Canoas atenua a demanda por voos comerciais enquanto o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, restabelece atividades. De acordo com a Fraport, que administra o estabelecimento, o itinerário nacional de pousos e decolagens será retomado na Capital em 21 de outubro. O prazo marca o fim da incerteza que se estende desde o final de maio, quando o dilúvio forçou a interdição do local, mas também garante que o risco de destelhamento de casas vai perdurar por mais dois meses aos moradores no entorno do complexo militar na região Metropolitana.
É o caso da trabalhadora autônoma Adriana Ramos Lombardo, de 52 anos. A mulher vive em uma casa na rua Itália, no bairro Niterói, que costeia o muro da Base Aérea. Ela conta que parte do telhado da residência foi arrancado por uma aeronave comercial que passou rente ao imóvel.
O fato ocorreu no dia 13 de agosto, por volta do meio-dia. Adriana confessa que, ao perceber o rombo na parte superior da residência, chegou a cogitar que o dano fosse oriundo de um desastre climático. Foram os vizinhos que a alertaram sobre um avião havia passado próximo à casa e arrancado parte das telhas com a força das turbinas.
“Ao ver o estrago na minha casa, pensei que tinha ocorrido um terremoto. Foi então que os vizinhos disseram que um avião passou e, depois de um estrondo ensurdecedor, destruiu o telhado da minha casa. Foi algo terrível. As telhas ficaram espalhadas por todo o terreno”, lamentou a mulher.
A Defesa Civil esteve no local e atestou os danos causados pela aeronave. Desde então, uma lona foi instalada para tapar o buraco em cima da residência. O temor é que chuvas possam danificar ainda mais a estrutura e comprometer os móveis que estão no interior da casa.
“Não tenho dinheiro para reformar o telhado. Já tentei ir até a Base Aérea, mas não fui atendida. Tenho medo que a chuva venha e acabe estragando os móveis da minha casa. Estou muito preocupada e não sei mais a quem posso recorrer”, constata Adriana, com lagrimas nos olhos.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o único voo realizado na data ocorreu dentro dos procedimentos padrões da atividade operacional da Base Aérea de Canoas (BACO), que já opera na região há mais 80 anos. O comunicado também ressalta que os voos comerciais que passaram a ser realizados no local também têm ocorrido dentro da normalidade.
Por fim, a FAB destaca que, sem uma informação mais precisa, seria inviável apontar que o motivo causador do dano em questão tenha sido gerado pela atividade operacional da Base Aérea de Canoas.