Os convidados do Menu Poa, realizado pela Associação Comercial de Porto Alegre (ACPA), afirmaram que esse é o momento ideal para investir no Centro Histórico da Capital. O evento realizado na sede da Associação, nesta terça-feira, abordou a recuperação da região, que foi uma das primeiras áreas afetadas pela enchente de maio e que ainda sofre seus reflexos.
Com o tema Retomada do Centro Histórico, o secretário de Planejamento e Assuntos Estratégicos de Porto Alegre, Cezar Schirmer, a produtora cultural Ana Fagundes, o fundador da RECONS Retrofit, Kleber Sobrinho, e o empresário de gastronomia e cultura Emerson Maicá garantiram que o Centro histórico está no ápice do seu crescimento, com um enorme potencial para novos negócios. Definiram esse momento de retomada como a hora de unir forças.
Suzana Velhinho, presidente da ACPA ressaltou que a Associação está engajada nos debates pertinentes ao desenvolvimento de Porto Alegre, e lembrou que a entidade estará na comitiva que viajará a Brasília na próxima semana na busca de soluções para a reconstrução do Estado. Sobre a retomada do Centro Histórico, Suzana pontuou a importância de uma mobilização, com a união da iniciativa privada e dos cidadãos gaúchos.
Cezar Schirmer ressaltou que esse é um momento ideal para investir na região e afirmou que as próximas ações, previstas para o início do ano que vem, têm o potencial de transformar a imagem do Centro. O secretário destacou a importância de criar atrativos em colaboração com a iniciativa privada. E lembrou os investimentos e ações realizadas para a região como a criação da Lei Polo do Centro Histórico – que estimula benefícios fiscais –, iluminação cênica em prédios históricos como Montaury e Pinacoteca. A revitalização do Mercado Público e do Muro Mauá, recuperação do Paço Municipal e a concessão da Orla, além da Lei Plano de Recuperação do Centro Histórico, restauração do Cine Imperial, revitalização da Usina do Gasômetro, da Travessa Engenheiro Acilino de Carvalho – conhecida como a rua 24 horas – e do Viaduto da Duque de Caxias.
Ana Fagundes mencionou que o Centro Histórico já vinha passando por um processo de desenvolvimento e que o momento atual oferece grandes perspectivas. “O Centro está pronto para se reinventar, mas é necessário uma governança eficiente para coordenar os esforços dos parceiros.” Ela destacou que 11% dos empregos formais gerados na Capital são frutos da Economia Criativa.
Emerson Maicá observou que o Centro vem sofrendo impactos desde a pandemia, com uma redução significativa no fluxo de pessoas devido ao home office. Desta forma, ele destaca a necessidade de investir em equipamentos que potencializem a arte e a cultura na região. “Existe uma brecha para novos equipamentos culturais. Precisamos trazer o olhar do porto-alegrense para o Centro Histórico”, considerou.
Cleber Sobrinho observou que a região central deixou de ser valorizada e que houve uma mudança de comportamento com a redução do interesse em residir no Centro. “As famílias deixaram de morar no centro para buscar outras regiões”, disse observando que o fomento atual é na moradia de passagem, que atualmente representa mais de 50% dos negócios anualmente.
O fundador da RECONS Retrofi declarou a necessidade de mudar a imagem do Centro Histórico, com a revitalização e renovação dos prédios antigos para gerar impacto tanto no empreendimento em si quanto no contexto urbano e na ressignificação do olhar para a região . “O centro histórico está vivendo um ciclo de retomada”, disse fazendo uma provocação para que os investidores gaúchos apostem na região central.