O volume de vendas em bares e restaurantes registrou a maior queda do ano em julho, despencando 5,4% em comparação com o mês anterior. A informação foi divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) com base no resultado do Índice de Atividade Econômica Abrasel-Stone. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 6,3%, a maior registrada até agora em 2024. O relatório é elaborado mensalmente pela Associação em parceria com a área de research da Stone e o Instituto Propague.
Os dados mostraram uma retração mensal em todos os 24 estados analisados, liderados pelo Rio Grande do Sul, com uma queda de 10,5%. As regiões Sul e Nordeste concentram os estados com as maiores quedas: Paraíba (-8,6%), Rondônia (-8,4%), Piauí (-7,5%), Pará (-6,7%), Rio de Janeiro (-6,7%), Paraná (-6,3%) e Ceará (-6%).
A queda em julho, na comparação com junho, pode ser explicada por vários fatores. Entre os principais, o período de férias escolares, quando há uma natural contração do consumo no setor, e o desempenho no Dia dos Namorados, em junho. A queda no consumo também foi sentida no setor de varejo, com uma retração de 1% em julho.
“Após um primeiro semestre difícil, com queda acumulada de 2,1%, os dados de julho ampliam a tendência de queda do mês anterior e abrem o segundo semestre com sinal de cautela, sendo a queda de 5,4% a maior do ano. Dito isso, este movimento ocorre durante um ano bastante volátil e durante um mês sem nenhuma data nacional relevante para o setor. Portanto, mais meses são necessários para confirmação desta tendência de queda”, explica Matheus Calvelli, cientista de dados e pesquisador da StoneCo, responsável pelo levantamento.
“Nesta época temos historicamente uma retração no consumo, com muitas pessoas em férias e nenhuma data comemorativa relevante do ponto de vista nacional. O que surpreendeu e preocupa, além da amplitude da queda na comparação com o mês anterior, é a redução expressiva na comparação com julho de 2023. Mas ainda assim temos boa expectativa para o segundo semestre, quando fatores como a queda no desemprego e o pagamento do décimo-terceiro salário pode trazer mais poder de compra à população”, explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.