O saldo da balança comercial em julho de 2024 foi de US$ 7,6 bilhões, levando o acumulado do ano até julho a um superávit de US$ 49,6 bilhões. Em relação a julho de 2023, o superávit recuou US$ 0,6 bilhões e na comparação com o acumulado a queda foi de US$ 3,2 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).
Destaque para o aumento no volume exportado em +11,5%, após dois meses seguidos de queda na comparação interanual mensal. Os preços continuam em queda e caíram -1,9%. Em valor, as exportações cresceram +9,3%. Na comparação do acumulado do ano até julho, o volume exportado creceu +6,3% e os preços recuaram -3,5%.
No entanto, a variação no volume das importações continua superando o das exportações, como tem sido observado ao longo desse ano. O volume importado aumentou +23,4% em julho e na comparação do acumulado, o crescimento foi de +13,9%. Em relação aos preços das importações, a sua queda tem sido superior à das exportações, o que permitiu um aumento nos termos de troca em relação a julho de 2023 em +4,5%.
VOLUME EXPORTADO
O aumento no volume exportado foi liderado pelas exportações das commodities (+12,7%), seguido das não commodities (+9,0%). Na comparação do acumulado do ano, porém, as exportações das não commodities caem em -5,2% e as das commodities aumentam (+11,7%). Os preços recuam para as commodities e crescem em +1,5% para as não commodities em julho.
O desempenho por setor de atividade registrou aumento no volume exportado na agropecuária (+15,4%), extrativa (+12,6%) e transformação (+8,6%), na comparação interanual do mês de julho. Observa-se que o aumento na indústria de transformação foi puxado pelas exportações das suas commodities (+11,8%) que registraram variação superior à das não commodities (+5,2%).
O conjunto das commodities representaram 50% das exportações totais da indústria de transformação em julho. Na comparação do acumulado do ano até julho, porém, as não commodities recuaram -6,1% e as commodities aumentaram em +11,8%. Na mesma base de comparação antes citada, a agropecuária lidera em volume (+6,2%), seguida da extrativa (+4,9%) e da transformação (+2,2%). Quedas de preços, na base mensal ou na do acumulado do ano, foram registradas para o setor de agropecuária.
A variação no volume importado pela agropecuária lidera os resultados mensais de julho (+35%) ou do acumulado do ano (+38,2%). Um dos produtos que contribuíram para esse aumento foi a soja, com variação de 707% em toneladas, entre o acumulado até julho de 2023 e 2024. Menor safra de soja, uso para biodiesel e aumento da demanda interna explicariam esse resultado, segundo especialistas do setor.
Para a indústria extrativa, o resultado foi de queda e para a transformação o aumento foi de +25,5% (mensal) e +14,8% (acumulado do ano até julho). Ressalta-se, porém, que as importações da agropecuária explicam parcela pequena das compras externas brasileiras. Nos sete primeiros meses do ano, o setor explicou 2,2% do total importado, sendo que a soja é 0,2% das importações brasileiras totais, seguido pela extrativa, 6,6% e a indústria de transformação (90,8%).
PARCEIROS
No mês de julho, o volume exportado para os principais parceiros do Brasil registrou desempenho favorável. Para a China, aumento em volume de +24,6%, para os Estados Unidos de +17,0% e para a União Europeia de +27,9%. No caso da Argentina, a queda das exportações era esperada, associada à recessão na economia do país. Vale ressaltar a importância das exportações de petróleo para esses parceiros. Na China, o petróleo é o segundo principal produto exportado com 21% de participação e aumento em valor de +23%, na comparação entre os acumulados do ano até julho de 2023 e 2024. Para os Estados Unidos, o petróleo é o principal produto, com participação de 15% e aumento em valor de +62% e para a União Europeia também foi o principal produto com participação de 23% e aumento de +34,4%, em valor.
Nas importações, a maior variação em volume foi a da China, seja na comparação mensal (+51,5%) ou na do acumulado do ano (+36,7%). Os veículos de passageiros foram o segundo principal produto importado nos sete primeiros meses do ano, com participação de 7,7%, depois das vávulas, percentual de 7,9%. O crescimento em valor na comparação interanual do acumulado do ano até julho foi de +641%. Como destacamos antes, porém, os dados de julho apontam uma desaceleração dessas importações.