Encontrar um imóvel para alugar em Porto Alegre nunca esteve tão caro. É o que mostra o Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado nesta quinta-feira, 15. Em julho, o custo médio do metro quadrado para locação registrou um aumento de 3,45% em comparação com junho, a maior alta mensal registrada desde março de 2019, início da série histórica do indicador. Em média, o custo do metro quadrado para locação chegou a um valor recorde de R$ 35,76.
Desde a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul, em maio deste ano, o preço dos aluguéis tem subido a cada mês na capital. Em comparação com abril, o custo médio de locação aumentou 5,2%. Nos 12 meses encerrados em julho, a alta acumulada foi de 16,9% – o maior percentual registrado em toda a série histórica, iniciada em 2019.
“Os resultados de julho indicam que a tragédia ambiental impactou o segmento de locação. O número de imóveis disponíveis para alugar diminuiu, aumentando a pressão nos preços em virtude da demanda crescente. Além disso, antes das enchentes, o mercado imobiliário iniciava uma desaceleração em Porto Alegre, o que não se observa mais”, destaca Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
Entre as tipologias analisadas pelo indicador, os imóveis de um e dois dormitórios registraram, no último mês, a maior alta para um mês em toda a série do indicador. Em comparação com junho, o custo médio do metro quadrado das residências com um quarto subiram 4,15%, com o preço médio de R$ 40,72/m², enquanto aqueles com dois dormitórios registraram alta de 3,56%, fechando o mês com o custo de R$ 35,07/m².
A procura por regiões mais altas e menos afetadas pelas enchentes também tem refletido nos preços. Os três bairros com a maior valorização no último mês foram Santa Cecília, Jardim Itu-Sabará e Rio Branco. Em apenas um mês, os três tiveram altas bastante expressivas: 28,4%, 13,7% e 11,8%, respectivamente.
“São regiões mais afastadas ou com pouco risco de inundações. Isso mostra uma migração nas buscas na cidade. Ainda é cedo, no entanto, para apontar uma nova dinâmica de moradia. Será preciso aguardar os próximos meses para ver como áreas tradicionais de Porto Alegre, que acabaram impactadas pela tragédia, se reorganizam”, afirma Thiago Reis.