Os dados do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revelam que, em julho, enquanto a inflação desacelerou para as duas classes de renda mais baixas, os demais segmentos de renda apresentaram uma alta inflacionária, na comparação com o mês imediatamente anterior. Os dados foram divulados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
No caso das famílias de renda muito baixa, a taxa de inflação recuou de 0,29% em junho para 0,09% em julho, refletindo, sobretudo, a melhora no desempenho dos alimentos no domicílio, cuja deflação anulou, pelo menos em parte, o alto impacto vindo dos reajustes das tarifas de energia elétrica e do gás de botijão.
Em contrapartida, além de se beneficiarem proporcionalmente menos da queda dos preços dos alimentos, os reajustes dos combustíveis, dos serviços pessoais e de recreação e, especialmente, das passagens aéreas explicam esta pressão inflacionária mais forte para as famílias de renda alta, cuja taxa avançou de 0,04% para 0,80%, entre junho e julho.
Em que pese este aumento mais forte da inflação em julho para a faixa de renda alta, no acumulado do ano, a taxa apurada neste segmento (2,44%) encontra-se em patamar inferior ao registrado para a classe de renda muito baixa (2,96%). No acumulado em doze meses, no entanto, as famílias de renda muito baixa ainda seguem apresentando a menor taxa de inflação (4,05%), enquanto a faixa de renda alta aponta a taxa mais elevada (5,09%).