Exportações de calçados caíram 23% nos sete primeiros meses, diz Abicalçados

Indústria calçadista embarcou 56,2 milhões de pares, que geraram US$ 570,25 milhões

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Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e julho, a indústria calçadista embarcou 56,2 milhões de pares, que geraram US$ 570,25 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-23%) quanto em receita (-21,6%) em relação ao mesmo período do ano passado. O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que existe uma expectativa de atenuação das quedas ao longo do segundo semestre do ano, mas que o setor, mesmo assim, deverá encerrar o ano com dados negativos “na casa de dois dígitos”.

“Em 2024, além da baixa dinâmica do consumo internacional, estamos com dificuldades adicionais nos dois principais destinos do calçado brasileiro no exterior. Nos Estados Unidos, temos uma invasão de calçados asiáticos, que vêm ganhando market share em detrimento do nosso produto. Já na Argentina, temos uma crise interna que vem afetando diretamente a nossa performance. No início do ano, esperávamos uma recuperação econômica mais rápida, o que não está acontecendo”, avalia o dirigente.

DESTINOS

O principal destino do calçado brasileiro no exterior seguem sendo os Estados Unidos, que entre janeiro e julho importaram 5,97 milhões de pares de calçados verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 125,96 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-5,4%) quanto em receita (-7,5%) em relação ao mesmo período do ano passado.

Em crise econômica e consumo em queda, a Argentina está com suas importações em declínio. Nos sete primeiros meses de 2024, os hermanos importaram 5,84 milhões de pares verde-amarelos por US$ 112,17 milhões, resultados inferiores tanto em volume (-37,6%) quanto em receita (-24,9%) em relação ao mesmo intervalo de 2023.

Ultrapassando a França como terceiro destino do calçado brasileiro no exterior, o Paraguai importou 4,85 milhões de pares por US$ 24,7 milhões nos sete primeiros meses de 2024, Os resultados são inferiores tanto em volume (-16%) quanto em receita (-8,9%) em relação ao mesmo ínterim do ano passado.

O Rio Grande do Sul segue sendo o maior exportador de calçados do Brasil. Entre janeiro e julho, as fábricas gaúchas embarcaram 17,93 milhões de pares por US$ 278,65 milhões, quedas de 16,3% e de 15%, respectivamente, ante o mesmo intervalo de 2023.

IMPORTAÇÕES

No acumulado dos sete meses, as importações somaram 20,85 milhões de pares e US$ 258,8 milhões, incremento de 10,2% em volume e queda de 5,5% em receita no comparativo com o mesmo período de 2023. As principais origens seguem sendo os países asiáticos. Em primeiro lugar aparece o Vietnã, que nos sete primeiros meses do ano exportaram 6,58 milhões de pares para o Brasil, pelos quais foram pagos US$ 122,53 milhões, incremento de 11,6% em volume e queda de 8,5% em receita na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.

Entre os principais exportadores de calçados para o Brasil, surgiram dois novos players asiáticos. Com incremento de 121,2% nas suas exportações para o Brasil, Camboja foi a origem de 546 mil pares importados no período. Também apareceu Mianmar, com aumento de 157,4% nas suas exportações para o Brasil, o que significa 197,84 mil pares.

Acerca das partes de calçados – cabedais, palmilhas, solas, saltos etc – as importações de janeiro a julho somaram US$ 20,9 milhões, 27% mais do que no mesmo ínterim de 2023. As principais origens foram China, Paraguai e Estados Unidos.