Novo sistema que alerta para risco meteorológico por smartphone passa por testes no Rio Grande do Sul

Serviço nacional focado em regiões sensíveis a desastres naturais recebeu ajustes neste sábado

Sistema será testado por 30 dias em 11 cidades brasileiras | Foto: Camila Cunha

Começou neste sábado o período de testes do novo sistema de alertas da Defesa Civil em todo o País. A partir do serviço de telefonia móvel, o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) emitirá avisos a moradores e visitantes de regiões sensíveis a fenômenos meteorológicos.

Chamado de Defesa Civil Alerta, a ferramenta conta com a parceria da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das quatro grandes operadoras de telefonia móvel avaliam, pelos próximos 30 dias, o serviço será avaliado em 11 municípios brasileiros, incluindo Roca Sales e Muçum, duas das cidades mais afetadas por recorrentes inundações no Rio Grande do Sul. Blumenau (SC), Gaspar (SC), Morretes (PR), União da Vitória (PR), São Sebastião (SP), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Indianópolis (MG), Petrópolis (RJ) e Angra dos Reis (RJ), completam a lista.

Nesta tarde, a Defesa Civil Estadual enviou, de forma simultânea, mensagens-teste para Roca Sales e Muçum, no Vale do Taquari. O comportamento do sistema foi considerado satisfatório e o resultado foi reportado ao Cenad, que acompanhou a operação por chamada de vídeo.

A testagem foi realizada pela equipe da Divisão de Riscos das Defesas Civil do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, e acompanhada por integrantes do órgão de proteção presentes nos dois municípios gaúchos.

Tecnologia terá uso em ocasiões de maior risco

A nova tecnologia utiliza a rede de celulares para emitir os alertas com aviso sonoro, suspendendo qualquer conteúdo em uso na tela do usuário. O alerta também vai funcionar nos celulares em modo silencioso. Com o novo sistema, todos os aparelhos nas áreas de risco, incluindo números estrangeiros, vão receber as mensagens sem a necessidade de qualquer cadastro prévio. Para tanto, o aparelho precisa estar ligado e não estar em movo avião.

Os alertas avisam sobre a iminência de desastres naturais ou causados por pessoas, estabelecidos na Classificação e Codificação Brasileira de Desastres (Cobrade) e o que os moradores das cidades devem fazer naquele momento. O conteúdo dos alertas é de responsabilidade dos órgãos estaduais de defesa civil.

“É para ocasiões de extrema necessidade, para que a população reconheça o potencial de risco quando um evento estiver ocorrendo. É assim: ó, se eu recebi isso aqui, está acontecendo algo sério e eu tenho que sair da zona de risco, pegar meus familiares e ir embora”, explicou a chefe da Divisão de Riscos das Defesas Civil do RS, major Ana Maria Hermes.

A representante gaúcha destaca que a tecnologia é um recurso extra que será adotado e auxiliará em avisos de evacuação, por exemplo. Para Ana Maria, além das ferramentas já empregadas, como envios de SMS, comunicados oficiais e sirenes de alerta, o passo seguinte para reduzir prejuízos e perdas de vidas é educar a população para reconhecer perigos e atender às orientações dos órgãos de segurança.

“Os sistemas de alerta que já estão aí têm sido eficazes, as populações têm sido avisadas. Eu creio que a maior ferramenta é a educação, passa muito pela nossa conscientização e nossa preparação enquanto indivíduo para cumprir as orientações”, avalia a major.

Saiba mais:

Receberão as notificações do Defesa Civil Alerta os celulares (smartphones) compatíveis com a tecnologia de transmissão via celular que estejam com cobertura móvel 4G ou 5G no momento do envio da mensagem, e localizados em área de risco mapeada pela defesa civil. O sistema não atende celulares com 3G.

No geral, os celulares mais novos, lançados a partir de 2020, são os compatíveis com o Defesa Civil Alerta. Para o sistema operacional Android, os aparelhos lançados com Android R (Android 11) ou posterior, na versão completa; e os lançados a partir do Android 13, na versão mais simples (Android Go). No sistema iOS, os modelos a serem suportados pelo iOS17 ou versões posteriores.

Há dois tipos de alertas conforme sua severidade ou finalidade: extremo e severo. O primeiro é o nível máximo de alerta, caracterizado por ameaças extremas à vida ou à propriedade. Já o segundo indica a necessidade de medidas de proteção. No caso do alerta extremo, a mensagem acionará um sinal sonoro no celular, semelhante a uma sirene, ainda que o aparelho esteja no modo silencioso, o que vai permitir maior eficiência do alerta nas situações de risco. No caso do alerta severo, o sinal sonoro será um “beep” similar ao do SMS e não irá soar no modo silencioso.

Não haverá cobrança para o recebimento de alertas de emergência sem fio. Dessa forma, qualquer contato recebido em nome de prestadora ou instituição solicitando o pagamento de valores pode ser uma tentativa de golpe. Em caso de dúvida, o morador deverá entrar em contato com a empresa ou instituição sempre por meio dos canais oficiais de atendimento.