Lebes e CMPC vão manter investimentos bilionários após as enchentes

Serão cerca de 22 mil empregos diretos e indiretos, da construção até a operação das plantas

Crédito: Sérgio González

As águas das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul não afetaram o ímpeto empreendedor da Lebes e da CMPC. Na reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela FEDERASUL nesta quarta-feira, 7, o presidente da rede varejista, Otelmo Drebes, e o diretor-geral da empresa do ramo de celulose, Antonio Lacerda, respectivamente, anunciaram que manterão investimento bilionário no Estado, mesmo após a tragédia de maio de 2024. Ambos os investimentos deverão atingir, juntos, R$ 24,5 bilhões e cerca de 22 mil empregos diretos ou indiretos

O vice-presidente de Integração e presidente em exercício da FEDERASUL, Rafael Goelzer, lembrou da tragédia das enchentes e das promessas não cumpridas que o estado tem enfreado. Segundo ele, os recursos direcionados para recuperação tanto das empresas quanto das famílias são insuficientes. Contudo, Goelzer destacou que o papel da iniciativa empreendedora para a reconstrução do RS é essencial, como a dos dois convidados do Tá na Mesa. “Dois grandes exemplos da retomada dos investimentos virão do esforço privado, da resiliência do empreendedor, e da credibilidade que o estado tem em atrair investimentos”, afirmou

Otelmo Drebes anunciou que o Grupo Lebes seguirá com a construção Ecossistema Logístico do Grupo Lebes (Ellosul), maior centro de distribuição do RS, em Guaíba, um projeto idealizado antes da pandemia e iniciado em 2023. “Mesmo depois dessa segunda calamidade que o RS viveu, com as enchentes, a decisão de investir ali se mostrou acertada”, afirmou Drebes.

INVESTIMENTO

Com valor total de investimento chegando em R$ 500 milhões, o novo CD, que possuirá área com 300 mil metros quadrados, já conta com um pavilhão inaugurado em junho de 2024 e outros seis em construção. O investimento é parte da iniciativa da Lebes, que também simbolizou o ímpeto de retomada econômica do RS com a inauguração de três filiais logo após as enchentes.

Drebes anunciou que o complexo logístico tem o potencial de criar entre 2.500 e 3.000 empregos diretos, além de até 10 mil empregos indiretos. As vagas serão, prioritariamente, destinadas a moradores de Guaíba e Eldorado do Sul – cidades gravemente afetadas pelas águas das chuvas.

Antonio Lacerda destacou que a expansão da CMPC, principalmente em Barra do Ribeiro, representa o maior investimento privado de uma empresa chilena fora do Chile, totalizando R$ 24 bilhões. A empresa nomeou o investimento como “Projeto Natureza”. A ampliação permitirá um incremento de 2 milhões de toneladas na produção de papel. “Vamos ser uma empresa chilena-gaúcha, porque o maior volume de nossos negócios está aqui”, enfatizou Lacerda.

Ele também informou que as obras da nova estrutura deverão envolver 12 mil trabalhadores, direta ou indiretamente, durante o processo de construção. Além disso, após a conclusão, a operação ampliada da fábrica deverá criar de 4 a 5 mil empregos diretos. O projeto se encontra em fase final de licenciamento e as obras devem começar em 2025, sem alteração no cronograma de início da produção para 2029. “É o lugar certo na hora certa”, finalizou Lacerda, destacando a importância da infraestrutura adequada para o sucesso do projeto.

Ambos os líderes empresariais destacaram a importância das infraestruturas fluvial e logística para a viabilidade dos seus projetos. A CMPC está estudando uma parceria com a PORTOS RS para a dragagem do canal  Pelotas. De Guaíba será feito pela própria empresa que vai assumir a totalidade das obras necessárias. “Mas tem que ser rápido, o de Guaíba especialmente, vamos fazer já”, disse Lacerda.