Custo da cesta básica de julho na capital chega a R$ 769,96, revela Dieese

Variação em Porto Alegre foi de 0,43% no período

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

valor médio dos produtos da cesta básica em Porto Alegre caiu em 4,34% em julho na comparação com o mês anterior, custando, em média, R$ 769,96. Mesmo com a queda registrada nos valores, a cesta básica da cidade foi a terceira mais cara entre as capitais do país, ficando apenas atrás de São Paulo e Florianópolis. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), presentes em pesquisa divulgada nesta terça-feira, 6.

Segundo o Departamento, a cesta básica corresponde a 58,95% da renda de um trabalhador que recebeu um salário mínimo naquele mês. A variação até agora no ano de 2024 foi uma subida de 0,45% nos valores, mas nos últimos 12 meses, Foi registrada uma queda de 0,93% na média dos valores. Os alimentos que mais registraram redução do valor na capital foram o pão francês (-2,22%) e o feijão (-3,20%). Já o Arroz, registrou aumento de 2,26% naquele mês.

Diante da catástrofe climática ocorrida em maio no Rio Grande do Sul, que afetou inúmeros produtores de arroz, o preço do produto e o anúncio pelo governo de importação do produto, o preço do arroz caiu em julho em 13 capitais, variando de -0,37% em Recife a 3,9% em Belo Horizonte. O preço do feijão também caiu em 13 capitais, com quedas entre 0,66% e 3,04%. Já o pão francês teve aumento em 12 capitais, com altas de 2,03% em Florianópolis e de 2,44% em João Pessoa.

CAPITAIS

Em Julho, São Paulo foi a capital onde o valor da cesta básica apresentou o maior custo, R$ 809,77 e queda de 2,75% em relação a junho, seguida por Florianópolis onde a cesta básica custou R$ 782,73, com queda de 4,08% em relação a junho e Porto Alegre, R$ 769,96 com queda de 4,34% e Rio de Janeiro, R$ 757,64. Na comparação com junho, as quedas mais relevantes nos preços foram verificadas no Rio de Janeiro (-6,97%), em Aracaju (-6,71%), Belo Horizonte (-6,39%), Brasília (-6,04%), Recife (-5,91%) e Salvador (-5,46%).

Como a composição da cesta básica é diferente nas cidades das regiões Norte e Nordeste, os menores valores da cesta básica foram constatados em Aracaju (R$ 524,28), Recife (R$ 548,43) e João Pessoa (R$ 572,38).

Segundo o Dieese, na comparação dos valores da cesta entre julho de 2023 e julho de 2024, o custo dos alimentos básicos subiu em 11 cidades. O destaque ficou com Goiânia, que subiu 5,82%, seguida por Campo Grande (MS), 5,54% e São Paulo (SP), 5,71%.

Entre as seis cidades que tiveram retração nos preços figuram Recife (-7,47%) e Natal (-6,28%). De janeiro a julho deste ano, 15 cidades tiveram alta nos preços médios – Belo Horizonte com alta de 0,06% e Fortaleza, com 7,48%. Por esse critério, de preços médios, as reduções ocorreram em Brasília (-0,63%) e Vitória (-0,06%). O Dieese estimou que o valor necessário do salário mínimo deveria ser de R$ 6.802,88, ou 4,82 vezes o valor atual de R$ 1.412,00. Em junho deste ano, o valor necessário ficou em R$ 6.995,44 e correspondeu a 4,95 vezes o piso mínimo.

A pesquisa apontou que em julho o tempo médio necessário para que o trabalhador pudesse comprar a cesta básica correspondeu a 105 horas e 8 minutos, menor que em junho, quando essa relação de troca ficou em 109 horas e 53 minutos. A jornada média em julho de 2023 para comprar a cesta básica era de 111 horas e 8 minutos.

O Dieese comparou o custo da cesta básica com o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, e constatou que o trabalhador comprometeu, em média, 51,66% do seu rendimento para comprar alimentos. Em junho, o trabalhador gastava 54% de seu salário líquido.

(*) com Correio do Povo