A 2ª Vara Judicial da comarca de Parobé, no Vale do Paranhana, aceitou a denúncia do Ministério Público do RS (MPRS) e tornou réu um médico obstetra que teria deixado uma gaze dentro do corpo de uma mulher. Ele vai responder por homicídio culposo, sem intenção de matar, durante o exercício da profissão, e falsidade ideológica. A pedido da instituição, a Justiça também suspendeu o exercício da atividade cirúrgica do denunciado até o julgamento do processo, que ainda não tem data para ocorrer.
A vítima é Mariane Rosa da Silva Aita, de 39 anos, que deixou seis filhos, sendo um deles bebê, nascido em 12 de junho de 2023 . Dois dias após o parto, a mulher recebeu alta do hospital mas, em um intervalo de dois meses, procurou novo atendimento médico devido a dores abdominais. Ela foi internada e acabou morrendo, no dia 23 de agosto daquele ano.
De acordo com a promotora Sabrina Cabrera Batista Botelho, responsável pela denúncia, o médico que realizou a cirurgia de cesárea no dia do parto teria esquecido uma gaze no interior do corpo da paciente. A acusação sustenta que o material de 87 milímetros, que foi deixado na parte inferior do abdômen da mulher, gerou as complicações que resultaram na morte dela.
Ainda de acordo com a promotora a acusação de falsidade ideológica é porque o réu teria omitido no prontuário médico da paciente a localização e a retirada da gaze durante uma nova cirurgia.