Tornar opositores inelegíveis é coisa de países como a Venezuela, diz Bolsonaro

Ex-presidente afirma ter esperanças de concorrer às eleições em 2026

Bolsonaro afirma que é alvo de perseguição política Foto: Alan Santos/PR/Arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou nesta sexta-feira em entrevista ao programa Acontecendo, da Rádio Guaíba, ter esperanças de se tornar elegível e concorrer a novas eleições no Brasil em 2026. O político atribuiu a sua situação eleitoral a uma “perseguição” e comparou a perda da elegibilidade com a política María Corino, um dos nomes mais fortes da oposição na Venezuela que também ficou inelegível.

Bolsonaro cumpre agenda no Rio Grande do Sul esta semana com o intuito de fortalecer os candidatos do PL nas eleições municipais e afirma que está sendo bem recebido pela população gaúcha. “Estou inelegível porque fiz uma reunião com embaixadores, mas espero que isso seja resolvido, até mesmo por conta desse apoio popular que estou tendo no Brasil”, destacou.

O ex-presidente está inelegível por oito anos, contando a partir de 2022. Conforme o TSE, a decisão foi tomada porque o ex-chefe de Estado utilizou a estrutura da Presidência da República e do cargo para promover uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada com desvio de finalidade, visando a atacar o sistema eletrônico de votação em prol de dividendos eleitorais. As infrações, no entendimento do Tribunal, configuraram abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Bolsonaro acredita que se a decisão for revertida, ele poderá se tornar presidente novamente. “É uma perseguição clara essa inelegibilidade. Em 2026, caso eu me torne elegível, o páreo vai ser pesado”, pontuou. “Tornar inelegível os opositores da situação é uma prática de países como a Venezuela, que tornou a María Corina incapacitada de concorrer às eleições por 15 anos”, acrescentou.

Ainda sobre a Venezuela, que tem eleições presidenciais marcadas para este final de semana, o ex-presidente acredita na vitória de Nicolás Maduro para mais um mandato por conta de, segundo ele, o sistema eleitoral no país vizinho do Brasil ser frágil. Para Bolsonaro, caso Maduro perca, ele prevê que o político possa comandar uma invasão à Guiana como forma de retaliação.