Negociações salariais fechadas em junho tiveram maior alta real desde 2015

No semestre, reajuste mediano real foi de 1,3 ponto percentual

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Em junho, 89,7% dos acordos coletivos reajustes salariais superaram a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), percentual mediano de 5,0%, enquanto o INPC foi de 3,3%, resultando em um reajuste mediano real de 1,7% e estabelecendo a série mais longa de reajustes reais positivos desde junho de 2015, com 19 meses consecutivos de ganhos reais. Os dados faze parte da pesquisa Salariômetro divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

O reajuste mediano foi o maior para o mês de junho desde 2014. O piso salarial mediano atingiu R$ 1.707, o que representa um aumento de 20,2% em relação ao salário mínimo. Em junho, o segmento da construção civil registrou o maior reajuste real mediano, com 1,7%, seguido da área de serviços, com 1,4%, agropecuária 1,3%, indústria 1,2% e comércio 1%. Considerando as regiões brasileiras, os segmentos do Sul tiveram alta de 1,3%.

O balanço do primeiro semestre de 2024 revela que 87,2% dos reajustes salariais também superaram a inflação, com um reajuste mediano real de 1,3 ponto percentual. Como aponta a instituição, este desempenho é o melhor registrado para o primeiro semestre desde 2014, indicando que, em média, os salários têm crescido mais do que o custo de vida, aumentando o poder de compra dos trabalhadores.

Para julho, a prévia indica um reajuste mediano de 5,0%, com o INPC projetado em 3,7%. A proporção de reajustes acima do INPC foi de 85,9%, e o piso mediano previsto é de R$ 1.562, 10% acima do salário mínimo.