Aterro de Gravataí pode ser liberado nesta semana para voltar a receber resíduos das enchentes

Decisão judicial impossibilitou desde o final de semana o recebimento dos resíduos de Porto Alegre e Canoas

Terrenos bota-espera são usados para colcoar resíduos até que sejam enviados para o aterro em Gravataí | Foto: Ricardo Giusti/CP

Nos próximos dias, há expectativa de novidades em relação à destinação de resíduos da enchente de maio. As prefeituras de Canoas e Porto Alegre confirmaram que o Aterro São Judas Tadeu, em Gravataí, está passando por adequações e poderá ser liberado para uso novamente ainda nesta semana. O local segue sem receber os resíduos gerados pelo desastre ambiental de maio deste ano desde o último fim de semana.

A medida se deve a um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) atendido pela Justiça. A suspensão seguirá até que a empresa responsável pelo aterro comprove que possui área adequada, devidamente impermeabilizada, e implemente sistema de drenagem para transferir os resíduos da enchente que o local já recebeu e para receber novas cargas. O aterro vinha recebendo os entulhos pós-enchente dos municípios de Canoas e Porto Alegre. As duas prefeituras suspenderam o envio no último fim de semana.

Em nota, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) da Capital informou que entende a relevância das exigências feitas pelo MPRS e está dando os encaminhamentos internos para avaliar as providências necessárias para que não ocorram prejuízos à limpeza da cidade. A manifestação ainda diz que a situação está sendo monitorada pela área técnica do órgão, que aguarda as adequações a serem providenciadas pela contratada. Os trabalhos de limpeza não devem ser prejudicados.

Questionada sobre a situação, a Prefeitura de Canoas também se manifestou em nota. A Administração Municipou ressaltou que o aterro utilizado como destino final para os resíduos da enchente retirados da cidade passa atualmente por adequações e pode ser liberado para uso ainda nos próximos dias. “Até que ocorra a liberação, os resíduos seguem sendo levados para os pontos de transbordo temporários. É importante pontuar que a Prefeitura não possui um contrato com o aterro localizado em Gravataí. A obrigação de apresentar uma destinação final adequada coube à empresa contratada para o recolhimento. Portanto, em eventual caso de necessidade de substituição do aterro, caberia a ela apresentar um novo local adequado”, informou.

DMLU já retirou 95 mil toneladas de resíduos

O diretor-geral do DMLU, Carlos Alberto Hundertmarker, destacou que a operação de limpeza da cidade de Porto Alegre já resultou na retirada de aproximadamente 95 mil toneladas de resíduos. Para agilizar o processo de recolhimento, foram destacadas nove áreas em Porto Alegre, conhecidas como “bota-espera”. Até o momento, o aterro de Gravataí recebeu cerca de 48 mil toneladas de resíduos.

Em relação ao impedimento do envio destes resíduos, o diretor-feral expressou sua insatisfação com a situação. “Sobre o aterro de Gravataí, lamentamos a decisão, porque isso atrasa todo o serviço e demora mais para finalizar essa operação. Mas temos toda a preocupação ambiental para seguir operando com muita segurança”, afirmou. “Estamos esperando a nova análise técnica, visita técnica deles para poder liberar o aterro e nós continuarmos a levar esses resíduos de Porto Alegre até o município de Gravataí”, acrescentou.

Segundo Hundertmarker, três áreas provisórias de bota-espera estão passando por limpeza através de contratos assinados no início de julho, com prazos para conclusão até o início de agosto. O trabalho de limpeza tem avançado, com algumas áreas já completamente limpas e outras em processo de finalização.

Apesar da decisão do Ministério Público Estadual de suspender temporariamente o envio de resíduos para o aterro de Gravataí, o DMLU continua monitorando e gerenciando os resíduos nas áreas provisórias de Porto Alegre.

A expectativa é de que, com a conclusão das adequações no aterro de Gravataí e a liberação para o recebimento de resíduos, a operação de limpeza possa continuar. “Estamos atentos e podemos garantir que esses resíduos não degradam, então podemos tranquilizar a população quanto a isso”, conclui Hundertmarker.