A divulgação dos dados de atividade econômica e de inflação dos EUA ganha cada vez mais importância com as crescentes expectativas de início de corte da taxa de juros pelo Fed, o banco central norte-americano. “Os membros do Fed ainda não sinalizaram, na última semana, quando começam os cortes, mas seus comentários estão menos hawkish, indicando que os dados de inflação estão indo para o caminho certo, o que pavimenta o discurso para sinalizar o começo dos cortes”, diz Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com, relembrando que o Fed conduz a política monetária “dependente de dados” da economia.
De acordo com as projeções de economistas compiladas pelo Investing.com, os EUA devem ter crescido 2% no segundo trimestre de 2024, uma aceleração em relação à expansão de 1,4% entre janeiro e março. “Números abaixo do esperado vão fortalecer a expectativa de corte para setembro, enquanto acima das projeções pode jogar um balde de água fria no mercado”, avalia Manzoni.
Para que a flexibilização monetária comece efetivamente em setembro, o índice de inflação PCE de junho também deve vir abaixo das projeções, confirmando os números de deflação apresentados pelo índice de preços ao consumidor (IPC). No mesmo dia do PCE, também serão conhecidos a renda e os gastos dos consumidores americanos, cujas projeções são alta mensal de, respectivamente, 0,4% e 0,3%.
De acordo com o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com, a expectativa de um corte de 0,25 pontos-base na reunião de setembro é de 92%, o que levaria a taxa de juros de um intervalo de 5,25%-5,5% para 5-5,25%. A próxima reunião de política monetária do Fed é em 31 de julho, com 93,8% do mercado projetando manutenção da atual taxa.