Ocorre nesta quinta-feira o julgamento do décimo e último acusado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por matar o adolescente Ronei Faleiro Júnior, de 17 anos, no dia 1º de agosto de 2015, na saída de uma festa em Charqueadas, na região Carbonífera. O Tribunal do Júri ocorrerá quase uma década depois do fato porque o réu foi denunciado depois dos outros envolvidos e o caso foi apurado em outro processo judicial. Até o momento, nove acusados já foram condenados pelo homicídio.
Os promotores Anahi Gracia de Barreto, que atua na comarca, e Eugênio Paes Amorim, designado pelo Núcleo de Apoio ao Júri (NAJ) do MPRS, farão a acusação neste caso. “O julgamento, pelo júri popular, do caso Ronei Júnior encerra, depois de cerca de nove anos, a busca por justiça. Justiça tão aguardada pelos familiares de Júnior, que trará um pouco de alento e de conforto para aqueles que padecem com a perda de um filho. Confiamos que a sociedade de Charqueadas dará uma resposta exemplar aos crimes brutais praticados pelo réu”, disse a promotora Anahi Barreto.
Outros julgamentos
Ainda em 2015, quatro adolescentes envolvidos nas agressões passaram a cumprir três anos de medida socioeducativa de internação após decisão judicial. Em relação aos 10 denunciados pelo MPRS, três deles começaram a ser julgados pelo júri em janeiro de 2020, mas, após três dias, o julgamento foi anulado porque a defesa de um dos acusados argumentou que a vítima teria problemas de saúde e isso poderia ter causado sua morte. Uma nova data foi marcada e o júri ocorreu em junho de 2022. Dois réus foram condenados, cada um, a 35 anos e quatro meses de prisão e um terceiro a 38 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão.
Em um outro julgamento, mais três réus foram sentenciados no início de julho do mesmo ano: dois receberam penas de 34 anos e quatro meses de prisão, cada um, e um terceiro de 41 anos e seis meses de reclusão. Dias depois, ocorreu outro julgamento e mais três réus foram condenados a penas iguais, de 35 anos e quatro meses de prisão.
O crime
Ronei Júnior e um casal de amigos foram agredidos a socos, chutes e golpes com garrafas por um grupo com mais de 15 integrantes que tinha como alvo um amigo do adolescente. O motivo, segundo investigação, é porque ele era de outra cidade, no caso, São Jerônimo. As agressões ocorreram na frente do pai do adolescente, quando o filho dele e amigos embarcavam no veículo da família. O ataque foi gravado por câmeras de segurança e as imagens auxiliaram na identificação dos envolvidos. Além disso, mensagens via WhatsApp, que foram trocadas entre os agressores, nas quais se vangloriavam pelo feito, também foram utilizadas como provas para as condenações.