Passados cerca de dois meses do recuo das águas da grande enchente de maio, a retomada dos moradores da Ilha da Pintada ainda está na fase inicial de limpeza. Alguns sequer retornaram para retirar das casas os bens estragados no alagamento. Há, ainda, aqueles que nem pretendem retornar.
Tudo isto ocorre em meio ao inóspito cenário que domina as ruas da região que, após o fim das enchentes, ficou tomada por bancos de areia. Em alguns pontos, é possível ver grande concentração de maquinários utilizados diariamente para fazer a remoção da areia e fazer a liberação das ruas.
A situação, porém, ainda impressiona, principalmente nas ruas às margens do Rio Jacuí. Há um espaço para os carros passarem, mesmo em cima ao lodo e a pequenas concentrações de água. Entretanto, nas laterais da pista, continuam acumulados grandes montes de areia. Por cima, também é possível visualizar pequenas embarcações encalhadas, na região que tem grande número de pescadores.
Nos pátios de muitas residências o cenário se repete. Muitos proprietários aproveitam o domingo de sol para trabalhar. Nos pequenos becos, também são os próprios moradores que utilizam as ferramentas que têm para retirar a areia, possibilitar o acesso e o retorno às casas.
Entre eles estão os pescadores Claudiomiro Sebem, de 53 anos, e Luís Fernando Pereira da Silva, 47 anos, que utilizavam pás e um carrinho de mão, em um trabalho totalmente manual no Beco da Servidão. “As máquinas só fizeram um buraco na rua e nas laterais, mas não tiraram aqui dentro. Já era para estar tudo arrumado, mas não é por falta de máquina, é falta de gente para trabalhar.