Nos primeiros seis meses de 2024, o Aeroporto Salgado Filho movimentou um fluxo comercial de US$ 108,1 milhões em produtos, dos quais US$ 16,6 milhões foram em exportações e US$ 91,5 milhões de importações. Isso representa uma queda de 38,5% (-US$ 67,6 milhões) no fluxo comercial que utiliza o aeroporto na comparação com primeiro semestre de 2023. Os dados fazem parte do estudo “Fluxo de comércio do Rio Grande do Sul: embarques e desembarques no Aeroporto Salgado Filho”, realizado pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs).
A contração é simultânea tanto dos produtos comprados (-US$ 60,4 milhões ou -39,8%) pelo Rio Grande do Sul quanto dos produtos enviados para o mercado externo (-US$ 7,2 milhões | -30,1%). Os resultados semestrais do fluxo comercial (-US$ 57,5 milhões | -34,7%) e das importações (-US$ 60,8 milhões | -39,9%) ficaram abaixo da média para o primeiro semestre dos últimos três anos. As exportações (+US$ 3,3 milhões |+24,7%), no entanto, apresentaram patamar superior à média correspondente, muito pelo efeito de uma base menor, visto que a média acaba por computar o período de 2021 (logo após a segunda onda de Covid-19).
O principal ramo de produção a exportar pelo aeroporto, no primeiro semestre de 2024, e com forte queda, foi o de Produtos do refino de petróleo (US$ 6,6 milhões | -US$ 3,1 milhão | -32,0% em relação ao mesmo período de 2023) e, em segundo lugar, destacaram-se os embarques de calçados de couro (US$ 1,4 milhão | -US$ 1,5 milhão | -51,8%). Além disso, o desempenho dos embarques de Armas de fogo, outras armas e munições com queda de – 83,9%.
PROJEÇÃO DO RESULTADO
Segundo o levantamento empreendido pela Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da FIERGS, embora o mês de maio apresente uma sazonalidade positiva para as importações (+US$ 0,9 milhão) e exportações (+US$ 0,4 milhão) que passam pelo Salgado Filho, esse não é o caso para o mês de junho (-US$ 0,1 milhão e -US$ 0,4 milhão, respectivamente), que apresenta sazonalidade negativa. O estudo aponta que o Rio Grande do Sul teria um fluxo comercial passando pelo Salgado Filho próximo a US$ 150,8 milhões no primeiro semestre de 2024, o resultado ficaria US$ 42,7 milhões (+39,5%) acima do que o efetivamente registrado no período. Isso representa uma queda de US$ 24,9 milhões (-14,2%) frente ao primeiro semestre de 2023.
Quanto às exportações, o modelo aponta US$ 23,6 milhões, ou seja, US$ 7,0 milhões a mais do que efetivamente ocorreu (+41,8%) e US$ 0,2 milhão (-0,9%) a menos do que o resultado do primeiro semestre de 2023. No que se refere às compras gaúchas por intermédio do aeroporto, teríamos algo em torno de US$ 127,2 milhões em compras no período, isto é, US$ 35,7 milhões a mais do que do que o observado (+39,0%), mas US$ 24,7 milhões (-16,3%) a menos do que o ocorrido no mesmo período de 2023.
COMPARATIVO
O Aeroporto Salgado Filho apresentou um desempenho comercial fraco em junho de 2024, com o fluxo comercial total despencando 92,1% para US$ 1,8 milhão em relação ao mesmo período de 2023. Essa queda foi impulsionada principalmente pela redução drástica das exportações, que praticamente cessaram, e pela contração significativa das importações, que caíram 90,9%. Ajustando-se pelo impacto da enxurrada, o fluxo comercial teria sido superior (+US$1,1 milhão | +4,7%) ao de junho de 2023, evidenciando um cenário desafiador para o aeroporto.
A expectativa do estudo indica um fluxo comercial de US$ 305,3 milhões de janeiro a dezembro de 2024, sendo que exportações seriam de US$ 43,1 milhões e importações de US$ 262,2 milhões. Com o efeito das chuvas, as projeções da Unidade de Estudos Econômicos apontam para um fluxo comercial de US$ 198,2 milhões, com exportações próximas a US$ 17,3 milhões e importações em torno de US$ 180,9 milhões. Comparando-se o cenário mais provável para o acumulado do ano (com choque climático) com o cenário sem choque climático chegamos a uma diferença de US$ 107,1 milhões (-35,1%).