Uma ação do Comando Militar do Sul (CMS), com apoio da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) e Ibama, nesta quarta-feira, Dia de Proteção às Florestas, contribuiu para o lento processo de reflorestamento do Vale do Taquari após a tragédia das enchentes de abril e maio. Por meio do projeto SemeAr, cerca de 500 quilos de sementes de espécies nativas da região e forrageiras foram lançadas de helicópteros sobre encostas devastadas dos municípios de Santa Clara do Sul, Marques de Souza e Pouso Novo.
Mais cedo, mudas foram também plantadas no Parque Linear de Santa Clara do Sul, junto ao Arroio Saraquá, por alunos de escolas públicas. A missão, integrante da Operação Taquari II, foi presenciada por autoridades civis e militares. A imprensa pôde acompanhar a operação a partir da Base Aérea de Canoas, na região metropolitana. “Aqui estamos tendo a consciência desta preservação e mostrando para as crianças a importância disto. É um momento que fizemos todos juntos. Trabalhamos este tema por meio de ações pedagógicas na escola”, afirmou a professora Bruna Griesang, do 3º anos da EMEF Sereno Afonso Heiseler.
Suas alunas Martina, de 8 anos, e Isabela, 9, plantaram uma muda de angico no local. “Eu gostei porque estou ajudando o meio ambiente”, observou Isabela. “Sujei um pouco as mãos, e agora vou prestar ainda mais atenção no parque porque eu ajudei a plantar”, comentou Martina. A titular da Sema, Marjorie Kauffmann, disse que mais de quatro mil áreas foram afetadas por deslocamentos de massa após a tragédia no estado, e, por isso, a ideia de mesclar as sementes também leva em conta a maior velocidade de desenvolvimento das plantas.
“A maior prevenção é mesmo a educação. Precisamos conscientizar nossas crianças da proteção das florestas, mas também falarmos que há áreas de risco e que estes movimentos ocorrem, assim como as enchentes”, afirmou ela. Já o prefeito de Santa Clara do Sul, Paulo Cézar Kohlrausch, disse que o evento em si demonstrou a capacidade de resiliência do povo gaúcho. “Definitivamente entendemos que temos a obrigação e a responsabilidade pela manutenção da vida através da manutenção do meio ambiente”, declarou.
O comandante da 3ª Divisão de Exército (DE), general de divisão Paulo Roberto Rodrigues Pimentel, afirmou que se há alguma boa lição a ser tirada da calamidade, é a capacidade de união da população. “Muitas agências estão trabalhando em prol desta reconstrução, e o que se viu foi o empenho geral para este único objetivo. Ter a marca do Exército aqui demonstra que estamos sempre presentes”, comentou ele “Mais do que recuperar estas encostas, queremos que estas sementes tragam esperança para os corações destas pessoas tão brutalmente afetadas”, disse a superintendente do Ibama no RS, Diara Maria Sartori.