A economia brasileira para esse segundo semestre observará, na ausência de grandes complicações internacionais, um momento de inflação mais alta, não se descartando até um rompimento do teto da meta de inflação: há pressões em combustíveis e insumos importados, pela desvalorização cambial. A estimativa é do professor da Escola de Negócios da PUCRS, Gustavo Moraes, para quem seguirá o ritmo lento de crescimento econômico, especialmente no setor industrial que há mais de uma década tem níveis de produção paralisados.
A boa notícia, na opinião dele, é que a geração de empregos, exceto para o Rio Grande do Sul, especialmente no setor de serviços, voltados aos trabalhadores de qualificação média seguirá crescente oportunizando o reingresso no mercado de trabalho, bem como o acúmulo de funções para ampliar a renda doméstica. “Essencialmente, apesar do crescimento econômico tímido previsto para esse ano, o emprego consegue desempenhar bem em face das flexibilizações na contratação”, diz.
Dois eventos no mercado financeiro determinarão o ritmo de valorização de ativos: a até aqui conturbada eleição americana e a nomeação do novo presidente do Banco Central do Brasil. No primeiro caso, os mercados tenderão a enxergar positivamente uma vitória do ex presidente Donald Trump, pela maior clareza de suas propostas econômicas, independentemente de suas polêmicas. “No segundo caso, os mercados brasileiros esperam a nomeação, após o encerramento do mandato do atual presidente Roberto Campos Neto, de um técnico comprometido com o Sistema de Metas de Inflação e a estabilidade do real”, comenta Moraes.