Presidente da Itália cumpre agenda no RS e diz que tragédia das enchentes aproximou povos

Sergio Mattarella visitou Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, em Canoas, acompanhado pelo governador Eduardo Leite e demais autoridades

Mattarella, ao centro, disse que tragédia "chamou a atenção da opinião pública italiana" | Foto: Jurgen Mayrhofer/Secom

O presidente da Itália, Sergio Mattarella, cumpriu agenda nesta terça-feira no Rio Grande do Sul. Acompanhado do governador Eduardo Leite, do vice Gabriel Souza, e do ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, além de demais autoridades, ele visitou o Centro Humanitário de Acolhimento Recomeço, mantido pela ONU Migrações, em Canoas, na região metropolitana, onde conversou com abrigados da enchente e conheceu as estruturas do abrigo.

“Quero manifestar a proximidade do povo italiano. Chamou muito a atenção da opinião pública da Itália a tragédia que castigou o Rio Grande do Sul, e fiz questão de vir aqui durante minha visita para testemunhar nossa proximidade e nosso caminho”, salientou o presidente italiano, que falou rapidamente à imprensa. Questionado sobre os 150 anos da imigração italiana no estado, a serem celebrados em 2025, Mattarella afirmou rapidamente que os emigrantes de seu país foram acolhidos “de braços abertos”, citando Giuseppe Garibaldi como exemplo.

Leite disse que, dez dias antes da catástrofe, havia estado na Itália para “reforçar os laços” entre os dois locais. “De um lado, estamos vivenciando uma etapa de celebrações dos 150 anos, mas o estado ainda sofre as dores de um evento climático tão duro quanto este. Receber a visita do presidente da Itália reforça estes laços, não apenas para celebrar acordos comerciais e parcerias comerciais, mas também em parcerias em função do apoio em situações como esta”, disse o governador.

A ajuda do governo italiano ao estado após a tragédia incluiu 30 toneladas de donativos, por meio de seu Ministério das Relações Exteriores, que chegaram ao RS no último dia 29 de maio. Os equipamentos incluíram medicamentos e suprimentos médicos para o tratamento de cerca de 100 mil pessoas pelo período de três meses, tendas para 4,5 mil pessoas, cinco geradores de energia, dois potabilizadores capazes de produzir 64 mil litros de água potável por dia e quatro tanques de 10 mil litros para armazenamento de água potável. Parte do material é usado no centro Recomeço.