Os casos de Dengue e Leptospirose aumentaram no Rio Grande do Sul em razão da enchente que atingiu o Estado em maio. Segundo a chefe de Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, nas últimas duas semanas, 100 novos casos de Dengue foram registrados apenas em Porto Alegre. No Estado, o número atinge a marca de mais de 267 mil notificações, mais de 177 mil confirmações e 277 óbitos em decorrência da doença. De acordo com Roberta Vanacôr, a faixa etária com maior incidência segue entre 20 e 30 anos, com a maioria dos pacientes do sexo feminino, com 52,9% das notificações.
Conforme a especialista, historicamente, o pico da doença no Brasil ocorre no mês de abril, porém, desde 2023, o perfil epidemiológico deixou de ser sazonal, com os registros apenas em meses com temperaturas mais elevadas, e passou a ser algo presente o ano todo. Ela explica que, no Rio Grande do Sul, além das mudanças climáticas, às cheias também agravaram o cenário, e já reforçam os alertas para o próximo ano. Roberta argumenta que além de evitar a proliferação do mosquito transmissor, é muito importante que a população busque por atendimento médico assim que aparecerem os primeiros sintomas. Entre eles, dor de cabeça, febre e dor no corpo.
Entre as ações de enfrentamento, a especialista reforça que é fundamental que os pais e responsáveis levem as crianças com idade entre dez e 14 anos para realizarem a vacinação, disponível no Estado desde o final de abril, gratuitamente. Segundo a especialista, mais de dez mil casos da doença nesta faixa etária foram registrados apenas em 2024.
Em relação à Leptospirose, apesar de sintomas semelhantes aos da Dengue, Roberta informa que o surto epidemiológico, no Estado, ocorreu em junho, em decorrência do contato direto que uma parte significativa da população teve com a água suja e parada da enchente. No total, são quase sete mil casos notificados, com a confirmação de 610 e o registro de 25 óbitos, com a faixa etária mais acometida entre 50 e 59 anos.
Para ambas as doenças, a especialista faz um alerta à população sobre a necessidade de buscar o diagnóstico, pois elas têm um curso breve, com desenvolvimento dos sintomas entre um e 14 dias, período em que a doença pode ser tratada ou evoluir para um quadro grave.