A agenda econômica está esvaziada de eventos relevantes nesta semana, mas com eventos internacionais que podem interferir nos mercados no curto prazo. Analistas apostam que o ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos pode ser iniciado pelo Federal Reserve (Fed, o BC americano) em setembro. Além disso, ainda não se sabe como o atentado contra o ex-presidente americano Donald Trump, na Pensilvânia, na noite deste sábado, 13, também movimentará o mercado.
Os destaques no exterior são a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) e de dados de atividade econômica na China, inflação e taxa de juros na zona do euro e dados de atividade nos EUA. Especialistas financeiros acreditam que há uma tendência ao favorecimento de ativos tradicionais e podem se inclinar para negociações que apostem nas chances de Trump vencer a eleição nos EUA após o atentado.
O enfoque dos investidores está na temporada de balanços do 2º trimestre das empresas listadas nas bolsas de Wall Street. As companhias financeiras continuam a reportar no início da semana, com destaque para Goldman Sachs, Morgan Stanley e Black Rock. Netflix, na quarta-feira, dá o pontapé para os resultados das empresas de tecnologia.
“Vários membros do Fed, inclusive o chair Jerome Powell, vão discursar ao longo da semana. O mercado aguarda alguma sinalização do banco central dos EUA de início dos cortes para setembro, após dados positivos na inflação ao consumidor na última semana, embora o nível de preços aos produtores pior do que o projetado trouxe um sinal de alerta”, avalia Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com. “Com isso, a produção industrial e as vendas no varejo em junho dos EUA ganham peso para avaliar a intensidade da desaceleração da economia americana e seria suficiente para deixar o Fed confortável para início da flexibilização monetária”, prossegue o analista.
“Na Europa, a taxa de juros deve ser mantida em 4,25% após o corte de 25 pontos-base na reunião de junho. O encontro da próxima quinta-feira é a primeira do colegiado do Banco Central Europeu (BCE) após as eleições parlamentares francesas, que trouxe um resultado incerto quanto à trajetória fiscal da França, com risco de adicionar prêmio de risco à curva de juros da segunda maior economia da zona do euro”, avalia Manzoni. “Há possibilidade da presidente do BCE, Christine Lagarde, ter que comentar sobre essa pressão sobre a economia francesa e se o BCE pode eventualmente comprar títulos, como durante a crise do euro em 2012, se o prêmio de risco subir para níveis insustentáveis”, finaliza o analista.
ECONOMIA BRASILEIRA
No Brasil, a semana começa com o Relatório Focus, do Banco Central, com as expetativas do mercado financeiro para a economia brasileira. Também ainda pela manhã, o Banco Central divulga o IBC-Br, o único evento econômico de destaque. Na terça-feira, 16, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), divulga o IPC-S semanal.
Na quarta-feira, 17, sai o IGP-10 mensal também pela FGV, que traz as variações de preços ao produtor, consumidor e construção civil, e a segunda prévia do IGP-M na sexta-feira, 19, mesmo dia que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga sua Sondagem Industrial.