Inflação desacelera em junho para todas as faixas de renda, diz Ipea

Dados acumulados em 12 meses mostram que as famílias de renda muito baixa tiveran menor taxa de inflação (3,66%)

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O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda apontou uma desaceleração da inflação para todas as faixas de renda pesquisadas em junho na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira, 15, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Os dados acumulados em 12 meses mostram que as famílias de renda muito baixa apresentam a menor taxa de inflação (3,66%), enquanto as famílias de renda alta possuem uma taxa mais elevada (4,79%). O grupo de renda alta teve um recuo mais significativo com inflação de 0,04%, contra alta de 0,46% em maio, beneficiadas pela queda das tarifas aéreas e dos transportes por aplicativo. Para as famílias de renda muito baixa, a desaceleração da inflação repetiu os mesmos 0,29% de maio.

Os dados indicam que a 240715_cc_64_nota_2_inflacao_faixa_de_renda_tabela.jpgalta dos preços dos alimentos ao longo do ano é o principal fator de pressão sobre a inflação da classe de renda muito baixa, cuja taxa acumulada de 2,87% em 2024 situa-se bem acima da registrada pelo estrato de renda alta (1,64%).

Os grupos alimentação e bebidas, e saúde e cuidados pessoais se constituíram nos principais focos de pressão inflacionária para praticamente todas as classes de renda. Para alimentos e bebidas, mesmo com as deflações registradas para frutas (-2,6%), das carnes (-0,47%) e das aves e ovos (-0,34%), os reajustes dos cereais, impulsionados pela alta do arroz (2,3%), dos tubérculos (2,0%) e dos leites e derivados (3,8%), entre outros, explicam a alta dos preços dos alimentos no domicílio em junho.

Em relação ao grupo saúde e cuidados pessoais, houve impactado pelos reajustes dos produtos farmacêuticos (0,52%) e de higiene pessoal (0,77%), além dos serviços médicos, como hospital e laboratório (1,0%) e planos de saúde (0,37%). Para as famílias de renda alta, o impacto do aumento dos preços dos alimentos e dos bens e serviços ligados à saúde foi compensado pelo alívio inflacionário vindo do grupo transportes.