Receita com turistas internacionais é o maior desde 2018, destaca CNC

Valor de maio ultrapassa US$ 3 bilhões

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Em maio, o volume de receitas do setor de serviços se manteve estável em relação ao mês
anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração em relação ao +0,3% da leitura anterior, as atividades terciárias registraram perdas mensais em apenas um dos últimos sete meses. A expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) era de queda de 0,2%.

Atualmente, o volume de receitas do setor de serviços se situa em um patamar 12,7% acima do registrado no mês que antecedeu a pandemia de covid-19 (fevereiro de 2020). O crescimento dos serviços tem sido, pelo menos parcialmente, viabilizado pela desaceleração destes preços. Em maio, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação dos serviços acumulou alta de 5,1%, em 12 meses – 1,4 ponto percentual a menos que no mesmo período de 2023 (+6,5%). Serviços prestados às famílias (+3,0%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (+0,5%) evitaram queda do volume mensal de receitas do setor, ao passo que os serviços de informação (-1,1%) e transportes (-1,6%) contrabalançaram as altas nos demais segmentos.

Apesar da retração de maio, o volume de serviços turísticos tem se mostrado consistente, com alta de 4,0% nos últimos doze meses encerrados em maio e distanciando-se positivamente 4,6% em relação a fevereiro de 2020. Após dois meses consecutivos de avanços, o Índice das Atividades Turísticas (Iatur) acusou retração (-0,2% ante abril deste ano). O reajuste no preço das passagens aéreas, que encerrou o ano passado com alta de 47%, desacelerou. Ainda assim, o avanço de 20% no acumulado do ano até maio ainda é um obstáculo à retomada do turismo interno.

INGRESSO DE TURISTAS

Por outro lado, a desvalorização do real tem contribuído para o aumento do fluxo de viajantes estrangeiros que visitam anualmente o Brasil. O real foi a quinta moeda do mundo a sofrer maior desvalorização na primeira metade de 2024 (13,4%). De acordo com informações da Embratur apuradas pela Polícia federal, de janeiro a maio deste ano, foi registrada a chegada de 3,26 milhões de turistas em território brasileiro – aumento de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado e maior contingente desde 2018.

A via de acesso predominante no período foi a aérea, com 60,3% das chegadas, e os principais emissores de turistas registraram aumentos nas chegadas ao Brasil, com exceção dos argentinos, cuja entrada de visitantes nos cinco primeiros meses do ano (1,13 milhão) acusou retração de 9% ante o mesmo período de 2023. Em termos relativos, destacaram-se os avanços nas entradas de turistas oriundos do Paraguai (+36%), França (+25%) e Portugal (+23%).

Embora o fluxo de turistas ainda não represente um recorde no número de visitantes, o fluxo de receitas foi o maior desde o início dos levantamentos realizados pela Embratur em 2013. Nos cinco primeiros meses deste ano, o volume de receitas internacionais com turistas (US$ 3,21 bilhões) cresceu 17,8% frente ao mesmo período do ano passado (US$ 2,72 bilhões). Em média, a cada viagem, o turista estrangeiro deixa no Brasil US$ 1.070.

O maior grau de incertezas quanto ao desempenho da economia no segundo semestre tem
promovido revisão nas expectativas dos agentes, especialmente quanto às taxas de juros e
inflação. Diante deste cenário, a CNC revisou de +2,2% para +2,1% sua expectativa de variaçãodo volume de serviços em relação ao ano passado. Porém, para o setor de turismo, a entidade revisou de +2,7% para +2,9% sua previsão para a variação do volume de receitas na comparação com o ano passado.