Ex-assessor do Planalto e servidor da inteligência estão entre os presos de ação sobre espionagem na Abin

Operação Última Milha cumpriu mandados nesta quinta-feira

Ex-assessor do Planalto e servidor da inteligência estão entre os presos de ação sobre espionagem na Abin. Foto: Antonio Cruz/ABr

Um ex-assessor do Planalto e servidor da inteligência estão entre os detidos na operação Última Milha, que investiga a espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Segundo informações da CNN, outras duas pessoas foram presas pela Polícia Federal nesta quinta-feira: um militar do Exército e um empresário.

O militar preso era assessor do então diretor da Abin Alexandre Ramagem, que hoje atua como deputado federal (PL-RJ). Conforme a Polícia Federal, o homem teria sido um dos responsáveis por um monitoramento ilegal do então presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia e da parlamentar Joice Hasselmann.

Conforme a investigação da PF, o esquema ilegal de espionagem, que usou o programa First Smile, de origem israelense, teria espionado diversas autoridades do Brasil. Há desde ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) até servidores que atuam no IBAMA. Entre os magistrados estariam Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luis Roberto Barroso e Luiz Fux, além do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Além deles, a corporação diz que as seguintes personalidades políticas foram espionadas:

Kim Kataguiri, deputado federal

Alessandro Vieira, senador

Omar Aziz, senador

Renan Calheiros, senador

Randolfe Rodrigues, senador

João Doria, ex-governador de São Paulo

Jornalistas na mira

Segundo o site R7, a PF também identificou que jornalistas teriam sido espionados: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista são os nomes citados.

Sobre a espionagem a ministros do STF, a Polícia Federal disse que “as ações direcionadas aos ministros da Suprema Corte em razão do exercício de suas funções além de atos de embaraçamento de investigações, também perfazem atos que atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário”.

Com relação a Moraes, os membros do grupo montaram um dossiê para relacionar o ministro do STF com um delegado de Polícia Civil investigado por corrupção. A Polícia Federal diz que os integrantes do esquema usaram moeda estrangeira (dólar ou euro) para pagar por um sistema ilegítimo para monitorar Moraes.