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Pesquisa aponta que 86% dos bares e restaurantes gaúchos fecharam maio no prejuízo

Média nacional indica que 25% das empresas com prejuízo

Foto: Abrasel-RS

Após dois meses das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, o setor de Alimentação Fora do Lar começa a ter dimensão dos impactos que os eventos climáticos causaram aos negócios. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 86% dos estabelecimentos gaúchos ficaram no vermelho em maio, sendo que destes, 72% operaram em prejuízo e 14% em equilíbrio.

Apenas 14% do setor obteve lucro durante o período. A média nacional indica o momento atípico do estado, registrando 25% das empresas com prejuízo e 39% fechando em equilíbrio. Além disso, 75% dos empresários consultados afirmam que o desempenho de maio no RS foi inferior a abril.

“Por conta dos reflexos das enchentes, o índice de empresas no vermelho subiu com estabelecimentos que ainda não abriram, aqueles que estão com problemas com funcionários e outros que trabalham em áreas de difícil acesso. Também houve aumento no preço de insumos de hortifruti, leite e carne, o que diminui a margem do bar ou restaurante e traz prejuízo”, explica Maria Fernanda Tartoni, presidente do Conselho de Administração da Abrasel no RS.

ENDIVIDAMENTO

Diante do cenário, outro problema que preocupa é o endividamento do setor. Os dados do levantamento destacam que mais da metade está com dívidas em atraso. Os principais débitos são de impostos federais (70%), empréstimos bancários (57%), impostos estaduais (46%), aluguel (34%), fornecedores de insumos (32%) e encargos trabalhistas e previdenciários (22%). Maria Fernanda alerta que a tendência é seguir aumentando, se não houver celeridade nas medidas de apoio ao segmento.

“O endividamento vai crescer porque muitos não tiveram faturamento e agora precisam pagar impostos, equipe, aluguel e fornecedores. O auxílio do Governo Federal está lento, por enquanto temos só o Pronampe, o BNDES ainda não foi liberado e o pagamento de salários está restrito apenas para quem foi alagado, sem levar em consideração o impacto para quem estava próximo da mancha das enchentes ou áreas que tiveram redução de clientes pela situação. Os auxílios não estão chegando em todos que precisam”, sublinha.

A inflação voltou a entrar na pauta pela dificuldade de repassar os valores majorados ao consumidor. Os dados indicam que 59% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses, enquanto 35% realizaram reajustes conforme ou abaixo da inflação e apenas 6% reajustaram acima da inflação.

“Em frente a tudo que está acontecendo, o reajuste de cardápio vai ficar para outro momento”, define Maria Fernanda. “Estamos com poucos clientes e insumos mais caros, consequentemente, vamos ter que aumentar os valores. Mas estamos fazendo de tudo para que isso não aconteça, pois sabemos que a população toda foi afetada de alguma forma e há menos dinheiro circulando no mercado. Temos que tomar todo cuidado”, define.

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