Na manhã desta quinta-feira (04/07), foi inaugurado o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento do Rio Grande do Sul para desabrigados da enchente. O ato contou com a presença do Governador do Estado Eduardo Leite e do Vice Governador Gabriel Souza, para a entrega de 126 casas modulares cedidas pela Agência da Organização das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), que devem abrigar até 630 pessoas. As casas terão beliches, berços, camas de casal e de solteiros, dependendo da necessidade de cada família. O espaço fica na avenida Guilherme Schell, próximo à passarela da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).
O centro humanitário batizado de “Recomeço” também conta com banheiros, refeitório, lavanderia coletiva, berçário, fraldário, posto médico, policiamento 24h, ambientes multiuso e espaços para crianças e para animais de estimação. Tem, ainda, serviços de água, saneamento, energia elétrica e wi-fi gratuito. Também haverá assistência médica e social e atividades de integração. Além disso, as crianças receberão apoio psicológico e acompanhamento por psicopedagogos e pediatras especializados em desenvolvimento infantil.
O governador Eduardo Leite agradeceu a todos que participaram de alguma maneira da criação dos abrigos, destacando que os locais temporários como ginásios, CTGs e Paróquias, não davam às famílias a privacidade e dignidade merecida.
“Estamos buscando estabelecer estruturas e políticas públicas, também acopladas a cada um desses centros, tudo aquilo que possa atender com o carinho e atenção que cada uma dessas famílias merece. É dignidade, carinho, cuidado com cada uma das famílias e mantendo nosso inconformismo com a situação para buscar o que a gente deseja, casas definitivas para cada uma delas”, disse Leite.
O vice Gabriel Souza comentou sobre como vai funcionar o processo de triagem para as famílias e afirmou que até o próximo dia 15, todos os novos moradores já devem estar no centro.
“Hoje vamos receber 30 famílias. Até o dia 10 nós devemos ter 500 pessoas aqui. Teremos agora uma semana de trabalho, desmobilização de abrigos, conversa com as pessoas, entrevistas e triagens. É trazer as pessoas para cá, para se habituarem. Não lotamos imediatamente por protocolos que estamos seguindo de abrigamento de pessoas, inclusive por aconselhamento da OIM e de outros órgãos que entendem bem do assunto”, falou Souza.
Além desse Centro, segundo o governo estadual, outros dois espaços semelhantes devem estar prontos nas próximas semanas. Um em Porto Alegre e outro também em Canoas. O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, município que foi duramente atingido e atualmente tem 739 desabrigados, citou a importância de existir esse espaço até que as moradias definitivas estejam prontas.
“Para que a gente possa ter tempo para construir as casas, é preciso ter locais que tenham individualidade, segurança e a estrutura mínima que permitam essas pessoas ficarem aqui até o prazo definitivo para a construção das casas. Então, com esses espaços, nós temos aquilo que a gente precisa para essa travessia”, completa o prefeito.
O governo do Estado é o responsável pelo planejamento, com o Gabinete do Vice-Governador (GVG) à frente da coordenação do projeto, cujo período entre o início das obras e a entrega do centro Recomeço durou um mês. A iniciativa faz parte do Plano Rio Grande, que atua em três eixos de enfrentamento aos efeitos das enchentes: ações emergenciais, ações de reconstrução e Rio Grande do Sul do futuro.
Diversos atores contribuíram na realização do espaço. O Sistema Fecomércio/Sesc/Senac financiou a instalação de estruturas provisórias e a gestão do Centro, que será realizada pela Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Migrações (OIM). A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) doou as casas modulares, e o Exército Brasileiro auxiliou na montagem dessas unidades.