ICF-RS tem queda de 6% em junho, aponta Fecomércio-RS

Na comparação com junho de 2023, o indicador tem queda de 23,3%

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Foto: Tânia Rêgo / Arquivo / Agência Brasil

A Intenção de Consumo das Famílias Gaúchas (ICF-RS) registrou 59,7 pontos em junho, o menor resultado desde maio de 2021, queda de 6,0%. Na comparação com junho de 2023, o indicador tem queda de 23,3%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 4, pela Fecomércio-RS, e, apesar de terem sido quedas generalizadas, na comparação mensal, as principais influências negativas para o índice vieram dos aspectos relacionados ao Nível de Consumo Atual (-11,1%), Momento para Consumo de Bens Duráveis (11,6%) e à Perspectiva Profissional (-16,3%).

Quanto ao emprego, os indicadores mostram um recuo associado à incerteza das famílias em relação ao emprego nos próximos meses, sendo puxado pelo aumento da insegurança, não necessariamente pelo desemprego – um quadro que pode se tornar diferente do atual nos próximos meses a depender das condições de manutenção da força de trabalho pelas empresas afetadas. O indicador de situação de emprego atual apresentou redução de 3,7% na comparação com o mês imediatamente anterior.

NÍVEL  DE CONSUMO  

Outro indicador com queda expressiva que merece destaque é o Nível de Consumo Atual, que recuou 11,1% na passagem do mês. Com a catástrofe, não apenas as possibilidades de consumo foram alteradas, mas as próprias preferências das famílias ficaram direcionadas à mobilização social para o enfrentamento da tragédia, direta ou indiretamente. O Dia das Mães, por exemplo, umas das datas mais importantes para o varejo de itens presenteáveis, foi marcado pela consternação das pessoas diante da tragédia, o que resultou em vendas muito fracas. Nos demais indicadores do ICF-RS, as quedas foram de 6,4% para Perspectiva de Consumo e 0,6% na avaliação da Renda Atual.

“O ICF-RS de junho de 2024 traduz a percepção dos consumidores gaúchos diante de uma situação sem precedentes. Os alagamentos, os desmoronamentos e as enxurradas assustaram por sua violência, mas especialmente pelas incertezas que a situação impõe”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Segundo presidente, o consumidor gaúcho já apresentava um comportamento cauteloso antes da tragédia. “Precisamos ser muito efetivos nas políticas de reconstrução e na criação de condições para que cenas como as vistas em maio jamais se repitam. A recuperação da confiança dos consumidores, fundamental para impulsionar o aumento das vendas do comércio e dos serviços, necessariamente passa por isso”, completou Bohn.