Apesar das adversidades e dos desafios enfrentados em 2023 pela indústria de máquinas e equipamentos, refletido na queda significativa na receita do mercado interno, as projeções para 2024 trazem otimismo. “A expectativa é de crescimento de 3,5% na receita total do setor”, aponta Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da ABIMAQ.
Conforme a dirigente, a perspectiva positiva é respaldada por fatores como a inflação controlada, taxa de juros em queda, e melhora do poder de compra das famílias que contribuem na melhora da atividade da indústria de transformação e da construção civil. A associação trabalho como um cenário de inflação em 2024 próximo a meta, de 4,2%; redução da taxa Selic para 9,25% no final do ano; e um crescimento de PIB de aproximadamente 2%. Para a indústria de máquinas e equipamentos a expectativa é de crescimento da ordem de 5,5% nas receitas do mercado interno.
Para as exportações, que atingiram um recorde histórico do setor, de US$ 13,9 bilhões, representando um aumento de 14,6% em relação a 2022, superando o ano de 2012, que foi o melhor resultado do setor, a expectativa é de consolidação, com um aumento projetado de 0,6%.
DESONERAÇÃO DA FOLHA
Os investimentos industriais devem registrar melhora em 2024, assim como as obras de infraestrutura. A trajetória de queda da taxa básica é um fator positivo, ainda que em patamar elevado em 2024. Os programas do governo federal relacionados ao Minha Casa Minha Vida e o PAC também tornam o crescimento do investimento favorável. Além disso, as eleições municipais podem motivar a continuidade de investimentos em obras públicas.
De acordo com Cristina, a implementação da depreciação acelerada, medida anunciada pelo Governo, poderá ser mais um fator positivo para o crescimento das vendas e máquinas e equipamentos. Terá um papel fundamental na ampliação do estoque de capital produtivo do país viabilizando o fortalecimento da economia e o crescimento econômico de forma sustentável.
A associação conta com manutenção da desoneração da folha de pagamentos, tem certeza de que o Ministério da Fazenda entenderá a importância desta medida para os setores beneficiados e que, portanto, ao retirar a medida fará por meio de transição lenta, que permita a adequação dos sistemas de custos das empresas à nova realidade. Esta medida tem sido primordial em termos ganho de competitividade dos setores beneficiados tanto no mercado nacional como internacional.
Com relação ao anúncio da Nova Indústria Brasil foi informado que “o plano de ação da neoindustrialização é amplo e favorece sob vários aspectos a indústria de máquinas e equipamentos e a economia nacional”. Trata-se de uma política moderna em linha com as práticas internacionais, focadas no bem-estar social que coloca a indústria como chave para o desenvolvimento. Estamos na expectativa de que os recursos e medidas destacados para o projeto se reflitam em ganhos de competitividade e de produtividade para os setores produtivos e em mais uma fonte de crescimento econômico sustentado e sustentável.