Veículos de luxo, festas regadas a champagne e relacionamento próximo com celebridades. Era esse o estilo de vida que um homem, de 33 anos, levava em Porto Alegre. Nas redes sociais, ele se dizia vendedor e fabricante de peças feitas com ouro bruto. Entretanto, conforme a Polícia Civil, o comércio de joias não passava de um esquema para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
A prisão do ourives ocorreu no final da tarde de domingo, quando ele saía de casa, no bairro Humaitá, na zona Norte. Na ocasião, ele guiava um Ranger Rover Volker, avaliado em mais de R$ 200 mil.
O titular da 3ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (3ª Din/Denarc), delegado Gabriel Borges, conta que o suspeito não era integrante de uma facção específica. Ao invés disso, o joalheiro abastecia diferentes traficantes com drogas de alto teor de pureza. Estes, por sua vez, gerenciavam telentregas para um público de maior poder aquisitivo. A venda de joias seria uma forma de mascarar o lucro ilícito.
“O suspeito comprava ouro bruto para maquiar o dinheiro do tráfico de drogas. Isso acontece porque pedras preciosas e ouro são itens pequenos, de alto valor e com origem difícil de rastrear. É uma tática comum do crime organizado”, explicou o delegado Gabriel Borges.
As investigações apontam que o preso vendeu joias para jogadores e técnicos de futebol, além de cantores de funk. Vale destacar que imagens do suspeito ao lado das celebridades foram publicadas nas redes sociais dele.
Ainda na ação, os agentes localizaram mais de um quilo de maconha do tipo “camarão”, uma droga com alto teor entorpecente, avaliado em mais de R$ 30 mil. Também foram apreendidos 23 quilos de um pó branco, semelhante a insumo para produção de cocaína, e uma pistola com numeração raspada.
O criminoso soma antecedentes por tráfico, associação para o tráfico, lesão corporal, furto qualificado, falsificação de moeda, estelionato, resistência e desobediência. Em 2019, ele foi preso por coordenar um esquema de envio de drogas sintéticas pelos Correios.
“O trabalho é resultado da estratégia de enfrentamento às organizações criminosas e o combate ao narcotráfico, sempre buscando a descapitalização do crime organizado e a responsabilização criminal de lideranças do tráfico de drogas”, enfatizou o delegado Gabriel Borges.