Os moradores das cidades que margeiam a Lagoa dos Patos já sabem, há chuva, cheia em rios do norte do Estado e do Guaíba, fatalmente o mesmo irá ocorrer em seus municípios, pois a Laguna é passagem obrigatória da água antes de chegar ao Oceano. Foi isto que ocorreu neste início de semana em Rio Grande e em Pelotas.
A água demora em média sete dias para chegar do Guaíba até a Lagoa dos Patos. As cheias da última semana em Porto Alegre e o vento sul fizeram com que as ruas da orla em Rio Grande foram novamente alagadas. Com isto, os últimos nove abrigados da enchente de maio, que estavam no Arraial no bairro Quitéria tiveram que recuar da ideia de voltar para a casa nesta segunda-feira e permanecer mais um pouco no abrigo. O nível da Lagoa chegou a 1,98m pela manhã, oito centímetros acima da cota. Ninguém pediu ajudou da Defesa Civil.
Conforme informações do Comitê de Eventos Extremos Universidade Federal do Rio Grande, a tendência para estes primeiros dias de julho, é que o nível da Lagoa inicie seu regresso à normalidade, uma vez que não há mais ´previsão de grandes volumes de chuvas no Estado
Em Pelotas a situação se repete. A Lagoa dos Patos chegou a 1,81m na manhã desta segunda-feira e o Canal São Gonçalo a 2,41m, o que causou transtornos. Segundo o meteorologista da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), Henrique Repinaldo , desde a noite de domingo, os ventos estão em direção noroeste com velocidades abaixo de 30 km/h. “ Devemos seguir com ventos de nordeste a oeste até esta terça-feira. Quando o vento começará a mudar para Nordeste , com intensidade que deverá se manter abaixo dos 30 km/h”. explica. A hidróloga Tamara Bescow destaca que é esperado para o final desta terça-feira a passagem de uma frente fria pelo oceano, com os ventos começando a mudar para sudoeste, permanecendo nesta direção durante a quarta-feira. “A intensidade dos ventos de deverá ser bem mais fraca que a dos ventos que represaram a Laguna entre sexta-feira e sábado”, destaca.