Consumo nos Lares Brasileiros cresce 6,52% em maio, aponta ABRAS

Resultado é o maior para o mês de maio desde 2021

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Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Consumo nos Lares Brasileiros cresceu 6,52% em maio na comparação com abril, de acordo com o monitoramento mensal da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Na comparação interanual, o indicador registrou alta de 2,16%. De janeiro a maio, entretanto, o indicador acumula alta de 2,25%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 27, pela entidade.

“O resultado em maio reflete tanto o aumento sazonal no consumo para o Dia das Mães quanto a variação negativa do consumo em abril (-7,29%) na comparação com março, mês em quem houve forte influência dos produtos sazonais de Páscoa. No entanto, é o maior resultado para o mês de maio desde 2021 (+1,98%)”, analisa o vice-presidente da ABRAS, Marcio Milan. Em 2022 e 2023, o indicador registrou recuo de -3,47% e -0,95%, respectivamente.

De acordo com analistas da entidade, outro fator que contribuiu para elevar o consumo foi o aumento de demanda por arroz em maio por consumidores que estocaram o cereal nos lares devido às enchentes no Rio Grande do Sul. No aspecto macroeconômico, dentre os principais recursos que deram impulso ao consumo estão a antecipação da primeira parcela do 13º salário para 3,6 milhões de aposentados, pensionistas e beneficiários dos auxílios do INSS a partir de 24/04, os recursos do programa Pé-de-Meia do Governo Federal que devem injetar R$ 6 bi no mercado ao longo do ano, o repasse de R$ 14,18 bi do Bolsa Família, a liberação de R$ 4,6 bi do terceiro lote do PIS/PASEP, o pagamento de R$ 2,4 bi em Requisições de Pequeno Valor – RPVs (INSS).

RECURSOS NA ECONOMIA

Em junho, recursos como o pagamento de R$ 9,5 bi do 1º lote de restituição do IRPF 2024 para 5,6 milhões de contribuintes liberados em 31/05; a segunda parcela do 13º salário para 33,6 milhões de segurados do INSS; a transferência de R$ 592,1 milhões do programa Auxílio-Gás, os recursos estimados de R$ 14,23 bi do Bolsa Família; a liberação do montante de R$ 4,5 bi para 4,3 milhões de trabalhadores com direito ao PIS/PASEP; o pagamento de R$ 2,4 bi em Requisições de Pequeno Valor – RPVs (INSS) e o pagamento de R$ 8,5 bi a 5,75 milhões de contribuintes do 2º lote do IRPF (28/06) tendem a contribuir para o encerramento de um semestre com consumo positivo.

Batata, cebola, leite longa vida e café torrado e moído puxaram a alta do indicador AbrasMercado. As principais quedas foram registradas nos preços do feijão, tomate, ovos, corte traseiro. O indicador que mede a variação de preços da cesta composta por 35 produtos de largo consumo, dentre eles alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza – registrou alta de 0,84% em maio. Os preços da cesta passaram de R$ 739,18 para R$ 745,39 na média nacional.

Na comparação maio x abril, as principais altas da cesta foram puxadas por batata (+20,61%), cebola (+7,94%), leite longa vida (+5,36%), do café torrado e moído (+3,42%), arroz (+1,47%), farinha de trigo (+0,93%). Já as quedas vieram do feijão (-6,08%), açúcar refinado (-0,71%). Dentre os produtos lácteos, as principais variações foram: leite em pó integral (+0,08%), margarina cremosa (-0,62%), queijos muçarela e prato (-0,63%).

Na cesta de proteína animal houve recuo no preço da carne bovina – corte traseiro (-0,57%) e dos ovos (-1,23%). Já os cortes bovinos do dianteiro e do frango congelado se mantiveram estáveis. Os preços do pernil variaram +0,25%. Nos produtos hortifrutigranjeiros, a única queda foi registrada no tomate (-2,44%).   Na categoria de higiene e beleza, as variações nos preços em maio foram: xampu (+0,66%), creme dental (-0,04%), papel higiênico (-0,57%), sabonete (-0,94%). Dentre os itens de limpeza as altas foram registradas em desinfetante (+0,68%), água sanitária (+0,40%), detergente líquido para louças (+0,29%). A única queda na categoria foi registrada em sabão em pó (-0,77%).

REGIONAIS

Na análise regional, em maio, o único recuo foi registrado na região Norte (-0,79%), onde a cesta passou de R$ 827,39 para R$ 820,83. Já as altas foram registradas no Sul (+2,22%) que passou de R$ 821,34 para R$ 839,60; Nordeste (+1,31%) que passou de R$ 672,99 para R$ 681,84, no Sudeste (+1,06%) passando de R$ 745,29 para R$ 753,19 e Centro-Oeste (+1,00%) com preços saindo de R$ 694,09 para R$ 701,02.

No recorte da cesta de alimentos básicos com 12 produtos houve alta de 0,78% em maio, passando de R$ 310,95 para R$ 313,38. As principais altas vieram do leite longa vida (+5,36%), do café torrado e moído (+3,42%), do arroz (+1,47%), da farinha de trigo (+0,93%), da farinha de mandioca (+0,32%), do óleo de soja (+0,13%). Já as quedas foram puxadas por feijão (-6,08%), queijo (-0,63%), margarina cremosa (-0,62%), carne do traseiro (-0,57%), massa sêmola de espaguete (-0,20%).